JOAO ALVES DIZ AO POVO QUE
FICA
João Alves atravessa o tempo sem perder o aguçado tino
político. Já havia avaliado as consequências
de um afastamento da Prefeitura, apenas cumprido um ano e três meses de
mandato, mas, resolveu fazer suspense. E
o fez de forma magistral, trazendo para o cotidiano político a arte do
mestre Alfred Hitchocok, que sabia manter siderada uma plateia numa sala de cinema. No caso, a plateia de
João foi o mundo político e, mais
amplamente, as dezenas de milhares de sergipanos que acompanharam desde o inicio
a novela , o vai não vai encenado pelo prefeito de Aracaju, que, na indecisão, enxergou habilidosamente a duvida que seria catalizadora das atenções populares, e assim, montou o seu bem
sucedido marketing.
João valorizou a decisão,
tornou-se por todos esses meses o centro das atenções, foi paparicado pelos
políticos, virou tema de conversas e motivo para apostas. Na undécima hora convocou uma entrevista
coletiva e todas as mídias sergipanas lá estavam, centenas de milhares de sergipanos o
ouviram falar ao vivo, expor suas razões, os motivos que o induziam a
ficar. Ao fim soltou a informação
esperada de que não deixaria a
Prefeitura para candidatar-se ao governo.
Guardou a revelação para as derradeiras palavras do discurso que não foi alongado, e fez isso no
momento em que o rádio tem a maior audiência. Conseguiu o que mais desejava, o
que aliás mais desejam os políticos inteligentes: uma
imensa e atenta plateia a lhe ouvir, a participar e a tomar posição sobre as vantagens ou desvantagens da decisão que
iria anunciar.
João sabe o exato valor da comunicação, e é isso
que, tanto tempo depois do primeiro mandato o mantem politicamente vivo , e bem vivo.
Por isso, a sua influencia no processo eleitoral deste ano torna-se
fundamental.
Sob todos os ângulos em que se analise a decisão do prefeito de
Aracaju, desde que nelas não entrem interesses eleitorais específicos, e por
acaso contrariados, fica evidente que a
opção foi a mais acertada, e a que também era a mais desejada pela população
sergipana, mais ainda, pelos eleitores
aracajuanos, que deram a João um mandato de 4 anos, com a certeza de que ele o
cumpriria integralmente. O ¨diga ao povo
que fico,¨ pode ser traduzido razoavelmente
também, assim: ¨
diga ao povo que eu quero um segundo
mandato na Prefeitura de Aracaju.¨ Com a decisão de ontem, o significado
implícito da mensagem ganhou forte consistência.
O deputado federal Mendonça
Prado, genro de João e acérrimo adversário dos Amorim, aos quais classifica
repetidas vezes, e publicamente, como
¨chefes de quadrilha ¨, torna-se o nome mais viável, e certamente mais disputado, para uma chapa onde figure como vice –
governador.
Foto:Diógenes Di
Foto:Diógenes Di
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