sábado, 5 de abril de 2014

JOAO ALVES DIZ AO POVO QUE FICA



JOAO ALVES DIZ AO POVO QUE FICA
João Alves  atravessa o tempo sem perder o aguçado tino político.   Já havia avaliado as consequências de um afastamento da Prefeitura, apenas cumprido um ano e três meses de mandato, mas,  resolveu fazer suspense. E o fez de forma magistral, trazendo para o cotidiano político a arte do mestre  Alfred Hitchocok,  que sabia  manter siderada uma plateia  numa sala de cinema. No caso, a plateia de João  foi o mundo político e, mais amplamente, as dezenas de milhares de sergipanos que acompanharam desde o inicio  a novela , o vai não vai  encenado pelo prefeito de Aracaju,  que, na indecisão,  enxergou habilidosamente a duvida que seria  catalizadora das  atenções populares, e assim, montou o seu bem sucedido marketing.
João valorizou a decisão, tornou-se por todos esses meses o centro das atenções, foi paparicado pelos políticos, virou tema de conversas e motivo para apostas.  Na undécima hora convocou uma entrevista coletiva e todas as mídias sergipanas lá estavam,  centenas de milhares de sergipanos o ouviram  falar ao vivo,  expor suas razões, os motivos que o induziam a ficar.   Ao fim soltou a informação esperada de  que não deixaria a Prefeitura para candidatar-se ao governo.  Guardou a revelação para as derradeiras palavras do  discurso que não foi alongado, e fez isso no momento em que o rádio tem a maior audiência. Conseguiu o que mais desejava, o que aliás   mais desejam os políticos inteligentes: uma imensa e atenta plateia a lhe ouvir,   a participar e a tomar posição sobre  as vantagens ou desvantagens da decisão que iria anunciar.
João  sabe o exato valor da comunicação, e é isso que, tanto tempo depois do primeiro mandato o mantem politicamente vivo ,  e bem vivo.  Por isso, a sua influencia no processo eleitoral deste ano torna-se fundamental.
Sob todos os ângulos  em que se analise a decisão do prefeito de Aracaju, desde que nelas não entrem interesses eleitorais específicos, e por acaso contrariados,  fica evidente que a opção foi a mais acertada, e a que também era a mais desejada pela população sergipana, mais ainda,  pelos eleitores aracajuanos, que deram a João um mandato de 4 anos, com a certeza de que ele o cumpriria integralmente. O  ¨diga ao povo que fico,¨ pode ser traduzido razoavelmente  também,  assim:   ¨ diga  ao povo que eu quero um segundo mandato na Prefeitura de Aracaju.¨ Com a decisão de ontem, o significado implícito da mensagem ganhou forte consistência.
O deputado federal Mendonça Prado, genro de João e acérrimo adversário dos Amorim, aos quais classifica repetidas vezes, e publicamente,  como  ¨chefes de quadrilha ¨, torna-se o nome mais viável,  e certamente mais disputado,  para uma chapa onde figure como vice – governador.


Foto:Diógenes Di

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