sábado, 11 de janeiro de 2014

É PEQUENA MAS É UMA REFINARIA



É PEQUENA  MAS É UMA REFINARIA
Muito se tem falado sobre  uma refinaria de petróleo em Sergipe. O assunto virou até  candente tema de campanha eleitoral. Apareceram por aqui dois ou três grupos que se diziam prontos a instalar uma refinaria em terras sergipanas. Um deles,   internacional, prometia  fornido investimento e  logística fabulosa. O petróleo viria da Nigéria, na África, seria refinado em Sergipe, e os derivados, gasolina, óleos, etc. seriam reembarcados em petroleiros e transportados para a Europa, algo em torno de alguns milhões de toneladas –ano. A coisa evidentemente não deu certo.
 Em 2011 estiveram por aqui uns empresários mineiros, diziam-se fortes no setor de distribuição de combustíveis e garantiam instalar uma refinaria no curto prazo de 6 meses. Seria uma construção modulada e de fácil instalação. O que causou estranheza em relação aos  empresários é que eles andavam cercados por um batalhão de seguranças, e  mais  estranha ainda, foi a forma como desapareceram.
Agora, nesta segunda –feira, no Palácio de Despachos, o governador Jackson Barreto vai anunciar a instalação   da primeira refinaria  em Sergipe, concretizando uma aspiração que existe desde  63,  quando a Petrobras fez jorrar petróleo em Carmópolis.
O governador Seixas Doria depois de lambuzar-se no óleo negro que pela segunda vez jorrava no Brasil, (a primeira fora na Bahia no campo pioneiro de Lobato nos anos 50) prometeu que logo começaria a reivindicar do presidente Jango uma refinaria para processar o óleo sergipano.  Menos de um ano depois Seixas Dória estaria preso em Fernando de Noronha e João Goulart exilado no Uruguay.   O todo poderoso marechal Castelo Branco, colocado na presidência, veio a Sergipe inaugurar um oleoduto, e o governador Celso de  Carvalho perguntou-lhe se haveria   a possibilidade de uma refinaria em Sergipe. O marechal desconversou. Naquela época, estava em curso, montado pelo ministro do planejamento Roberto Campos, um processo de desestatização, ou desnacionalização, que incluía a entrega da Petrobrás a uma das 3 grandes multinacionais do petróleo. Já haviam sido devolvidas aos seus donos as 2 refinarias gaúchas que o presidente Jango expropriara de uma forma espalhafatosa no  fatal comício das reformas realizado em 13 de março de 64 .
Nunca mais se falou em refinaria.  O suprimento ao nordeste era garantido pela unidade   de Mataripe, no recôncavo baiano.  Nos últimos  10 anos o consumo do petróleo disparou no Brasil,  e a capacidade de refino quase permaneceu estagnada.   O país precisa urgente de novas refinarias,  as que estão em construção, consomem bilhões de dólares  e se arrastam lentamente. Assim, a solução estaria nas minirefinarias, construídas a baixíssimo custo, e com rapidez. A de Sergipe custará em torno de 130 milhões e estará funcionando em 2016.
O grupo empresarial  é formado por gente que possui um respeitável currículo a exibir competência e credibilidade. São técnicos de primeira linha,   ocuparam cargos de direção na PETROBRAS,  depois, criaram a Costa Global,  consultoria que atua  na área da indústria petroleira, e agora   a Ref Brasil , que instalará as minirefinarias de Sergipe, Alagoas  Espírito Santo e Ceará.
O Secretário  Saumínio Nascimento tem boa estrela, sabe enxergar as coisas e descobrir oportunidades.  Na hora certa em que o grupo fazia a escolha dos locais para as refinarias, ele, competente, soube colocar Sergipe na agenda dos empreendedores. Os contatos se amiudaram.  Déda, doente, acompanhou tudo do  hospital, deu sugestões,  sabendo que a sua vida estava no fim, mas Sergipe continuava. Jackson fez do projeto uma prioridade,  deu respaldo a Saumínio, participou, agiu, abriu portas, pediu ajuda a Jose Eduardo Dutra, que foi fundamental, acionou o assessor Oliveira Junior, e,  neste dia 13, em Aracaju, será feito o anuncio da refinaria    que processará até 10 mil barris dia,  e vai  suprir o mercado sergipano, havendo a possibilidade de ocorrer aqui, uma redução nos preços da gasolina .
 A refinaria se instala em decorrência de uma exitosa estratégia  para atrair  investimentos, capacitar  mão de obra, e montar  uma eficiente infraestrutura;  planejamento de uma cadeia produtiva relacionada ao petróleo, gás, e ao projeto Carnalita, além, naturalmente, das imensas perspectivas abertas com a localização de poços gigantes em águas profundas contíguas ao litoral sergipano. A refinaria Governador Marcelo Déda, (será este o nome)  homenagem dos empresários, ficará localizada  à margem da nova  estrada Carmópolis- General Maynard,  empregará técnicos formados pela Escola de Petróleo e Gás que está sendo concluída em Carmópolis, numa parceria entre a PETROBRAS,  o Governo do Estado e a UFS.
A unidade   gerará,  durante a construção, 250 empregos diretos e outros 250 indiretos.  Em operação, empregará 140 trabalhadores na maioria técnicos  qualificados.

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