É PEQUENA MAS É UMA REFINARIA
Muito se tem falado sobre uma refinaria de petróleo em Sergipe. O
assunto virou até candente tema de
campanha eleitoral. Apareceram por aqui dois ou três grupos que se diziam
prontos a instalar uma refinaria em terras sergipanas. Um deles, internacional, prometia fornido investimento e logística fabulosa. O petróleo viria da
Nigéria, na África, seria refinado em Sergipe, e os derivados, gasolina, óleos,
etc. seriam reembarcados em petroleiros e transportados para a Europa, algo em
torno de alguns milhões de toneladas –ano. A coisa evidentemente não deu certo.
Em 2011 estiveram por aqui uns empresários
mineiros, diziam-se fortes no setor de distribuição de combustíveis e garantiam
instalar uma refinaria no curto prazo de 6 meses. Seria uma construção modulada
e de fácil instalação. O que causou estranheza em relação aos empresários é que eles andavam cercados por um
batalhão de seguranças, e mais estranha ainda, foi a forma como
desapareceram.
Agora, nesta segunda –feira, no
Palácio de Despachos, o governador Jackson Barreto vai anunciar a instalação da primeira
refinaria em Sergipe, concretizando uma
aspiração que existe desde 63, quando a Petrobras fez jorrar petróleo em
Carmópolis.
O governador Seixas Doria depois
de lambuzar-se no óleo negro que pela segunda vez jorrava no Brasil, (a
primeira fora na Bahia no campo pioneiro de Lobato nos anos 50) prometeu que
logo começaria a reivindicar do presidente Jango uma refinaria para processar o
óleo sergipano. Menos de um ano depois
Seixas Dória estaria preso em Fernando de Noronha e João Goulart exilado no
Uruguay. O todo poderoso marechal
Castelo Branco, colocado na presidência, veio a Sergipe inaugurar um oleoduto,
e o governador Celso de Carvalho
perguntou-lhe se haveria a possibilidade de uma refinaria em Sergipe. O
marechal desconversou. Naquela época, estava em curso, montado pelo ministro do
planejamento Roberto Campos, um processo de desestatização, ou
desnacionalização, que incluía a entrega da Petrobrás a uma das 3 grandes
multinacionais do petróleo. Já haviam sido devolvidas aos seus donos as 2
refinarias gaúchas que o presidente Jango expropriara de uma forma
espalhafatosa no fatal comício das
reformas realizado em 13 de março de 64 .
Nunca mais se falou em refinaria. O suprimento ao nordeste era garantido pela
unidade de Mataripe, no recôncavo
baiano. Nos últimos 10 anos o consumo do petróleo disparou no
Brasil, e a capacidade de refino quase permaneceu
estagnada. O país precisa urgente de novas refinarias, as que estão em construção, consomem bilhões
de dólares e se arrastam lentamente.
Assim, a solução estaria nas minirefinarias, construídas a baixíssimo custo, e
com rapidez. A de Sergipe custará em torno de 130 milhões e estará funcionando
em 2016.
O grupo empresarial é formado por gente que possui um respeitável
currículo a exibir competência e credibilidade. São técnicos de primeira linha,
ocuparam cargos de direção na PETROBRAS, depois, criaram a Costa Global, consultoria que atua na área da indústria petroleira, e agora a Ref
Brasil , que instalará as minirefinarias de Sergipe, Alagoas Espírito Santo e Ceará.
O Secretário Saumínio Nascimento tem boa estrela, sabe
enxergar as coisas e descobrir oportunidades.
Na hora certa em que o grupo fazia a escolha dos locais para as
refinarias, ele, competente, soube colocar Sergipe na agenda dos
empreendedores. Os contatos se amiudaram. Déda, doente, acompanhou tudo do hospital, deu sugestões, sabendo que a sua vida estava no fim, mas
Sergipe continuava. Jackson fez do projeto uma prioridade, deu respaldo a Saumínio, participou, agiu,
abriu portas, pediu ajuda a Jose Eduardo Dutra, que foi fundamental, acionou o
assessor Oliveira Junior, e, neste dia
13, em Aracaju, será feito o anuncio da refinaria que
processará até 10 mil barris dia, e
vai suprir o mercado sergipano, havendo
a possibilidade de ocorrer aqui, uma redução nos preços da gasolina .
A refinaria se instala em decorrência de uma
exitosa estratégia para atrair investimentos, capacitar mão de obra, e montar uma eficiente infraestrutura; planejamento de uma cadeia produtiva
relacionada ao petróleo, gás, e ao projeto Carnalita, além, naturalmente, das
imensas perspectivas abertas com a localização de poços gigantes em águas
profundas contíguas ao litoral sergipano. A refinaria Governador Marcelo Déda, (será
este o nome) homenagem dos empresários,
ficará localizada à margem da nova estrada Carmópolis- General Maynard, empregará técnicos formados pela Escola de
Petróleo e Gás que está sendo concluída em Carmópolis, numa parceria entre a
PETROBRAS, o Governo do Estado e a UFS.
A unidade gerará, durante a construção, 250 empregos diretos e
outros 250 indiretos. Em operação,
empregará 140 trabalhadores na maioria técnicos qualificados.
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