FREI ENOQUE OU A
DIGNIDADE CASTIGADA
A ditadura pode ter atingido
psicologicamente o Frei Enoque, pode tê-lo ferido pelas injustiças e pela
imposição do arbítrio, mas, aquilo que o regime autoritário jamais fez, a democracia em que vivemos agora,
deploravelmente conseguiu, ou seja,
castigou moralmente o Frei Enoque, o levou ao terreno lodoso onde estão os que usam e abusam dos cofres públicos. O
Tribunal de Contas de Sergipe acaba de condenar o Frei Enoque a ressarcir aos
cofres municipais a quantia de quarenta e seis mil reais, assim o marcando com
o ferrete de corrupto, justamente ele, exemplo de vida recatada, de desamor ao
dinheiro, de dignidade e de solidariedade humana. Antes de tornar pública uma
condenação que é injusta, que é desumana, que é desastrosa como exemplo
repugnante de desrespeito a um cidadão que é moralmente inatacável, o Tribunal
de Contas em vez de mandar técnicos que buscaram erros eventuais nas contas
paupérrimas de Poço Redondo, deveria
mandar quem tivesse olhos para ver, sensibilidade para sentir, a fim de investigarem o cidadão Frei Enoque, o visitassem na quase
tapera onde mora, procurassem saber de que tipo humilde de aposentadoria ele
sobrevive, procurassem saber em que ele gastou quase todos os salários que recebeu como prefeito por três vezes.
Então, iriam descobrir que Frei Enoque não deixou rombos no orçamento
municipal, que ele tirou do bolso o próprio salario para ajudar a manter
funcionando bem o hospital, os postos de saúde, que alimentou os pobres, tudo dentro das boas formas como se
pratica a caridade cristã, sem dos atos fazer alarde. Curvem-se os
senhores indiferentes técnicos do tribunal,
à majestade honrada de um homem exemplar, curvem-se, e lhe peçam
desculpas, talvez perdão.
Os amigos do Frei Enoque entre
eles, Jackson Barreto, Heleno Silva, Albano Franco, Antônio Carlos Valadares,
Valadares Filho , Leonor Franco, João Daniel, Roberto Araújo, irão se cotizar
para que seja feito o pagamento da dívida descabida, e, em seguida contratarem
advogados para que se faça JUSTIÇA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário