UM MEDICO JUNTO AO POVO
A Sociedade Médica assinalou a passagem dos cem anos
do médico Lucilo Costa Pinto. Numa época em que equívocos corporativistas ou
inconsistentes posições ideológicas deformadas por preconceitos levam, uma
considerável parcela da classe médica, a se envolver numa extremada e
desgastante polemica, o exemplo da vidaprofissional do Dr. Costa Pinto poderia
servir para demonstrar que a presença do médico, por si só, em grande a parte das situações, é
capaz de amenizar os sofrimentos das pessoas. Pior, muito pior do que a
inexistência de instalações adequadas ,é essa carência, ainda mais associada à
falta de médicos. Costa Pinto, no tempo em que viveu, representou o alívio, a
cura para doentes que só a ele podiam recorrer. Urologista, um dos poucos
clinicando em Aracaju, Costa Pinto desdobrava-se para atender a umagrande parte da população pobre vitima de doenças venéreas com elevadíssima
incidência. CostaPinto dedicava-se à sua profissão sem pensar em vantagens materiais, foi sempre
carente de recursos para atender aos gastos com a numerosa família.
Não apenas
clinicava,misturava-se com o povo, vivia e sentia os problemas dos mais pobres
, socorria as prostitutas, que eram numerosas e devastadas pelas doenças
contraídas na promiscuidade em que viviam. Homem que não fugia aos desafios ,Costa
Pinto filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, partido da oposição
consentida à ditadura, elegeu-se vereador com muitos votos e revelou-se um
político tão ligado aos interesses populares como era o médico.
Se vivo fosse, Costa Pinto, pela sua formação
popular e distante do elitismo, estaria com certeza a defender a vinda de
médicos estrangeiros ao Brasil, justamente para suprir as lacunas existentes
nos locais onde os brasileiros se recusam a ir.
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