sábado, 12 de outubro de 2013

O NÓ NÃO DESATADO DA 13 DE JULHO



O NÓ NÃO DESATADO DA  13  DE JULHO

Carlinhos Machado, discreto todavia atento observador do cotidiano da cidade, diz estranhar a  iniciativa do IPHAN   que quer transformar em sítio de interesse arqueológico a faixa de terra margeando o rio na 13 de Julho, antes que se faça a controversa e   emperrada obra de contenção do avanço da maré.  Ninguém pense que ali se poderá encontrar sob as areias o canhão que o tenente Maynardposicionou durante a revolta de 1924, para impedir que cruzasse a barra o navio conduzindo as tropas legalistas que vieram a Sergipe sufocar  a rebelião.  Segundo Carlinhos, anos depois, o canhão já obsoleto e desativado foi levado como relíquia e colocado na entrada da casa grande da fazendada família Maynard  Gomes, em Rosário do Catete.  Dona Helena, a viúva do tenente que se tornou general , Interventor em Sergipe e senador da República ,   doou o canhão ao Museu de Sergipe. Carlinhos, irônico e cético em relação ao suposto valor arqueológico daquelas areias, diz que ali o acumulo é recente, causado pelo trabalho dos ventos e das marés, e, se houver escavações, com certeza,     só haverá mesmo a descoberta depreservativos em profusão, porque há 40 anos passados aquela praia era um motel ao ar livre.
Mas enquanto prossegue a indefinição sobre a anunciada obra, apresentada como urgente eindispensável, porque as ruas e  edificações estariam ameaçados pelas águas sorrateiramente avançando sob o asfalto, criou-se com a interdição da orla um torturante problema no transito já tão tumultuado da cidade.
Em entrevistas nas emissoras de rádio no decorrer da última semana ,  o vice-prefeito de Aracaju  engenheiro Jose Carlos Machado considerava agora desnecessária a interdição da orla , reconhecia que a população está insatisfeita e dizia que é preciso com urgência desfazer o nó da 13 de julho, um nó, por sinal desgastante para o prefeito João Alves.

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