O NÓ NÃO DESATADO DA
13 DE JULHO
Carlinhos Machado, discreto todavia atento
observador do cotidiano da cidade, diz estranhar a iniciativa do IPHAN que quer transformar em sítio de interesse
arqueológico a faixa de terra margeando o rio na 13 de Julho, antes que se faça
a controversa e emperrada obra de
contenção do avanço da maré. Ninguém
pense que ali se poderá encontrar sob as areias o canhão que o tenente
Maynardposicionou durante a revolta de 1924, para impedir que cruzasse a barra
o navio conduzindo as tropas legalistas que vieram a Sergipe sufocar a rebelião.
Segundo Carlinhos, anos depois, o canhão já obsoleto e desativado foi
levado como relíquia e colocado na entrada da casa grande da fazendada família
Maynard Gomes, em Rosário do
Catete. Dona Helena, a viúva do tenente
que se tornou general , Interventor em Sergipe e senador da República , doou o canhão ao Museu de Sergipe. Carlinhos,
irônico e cético em relação ao suposto valor arqueológico daquelas areias, diz
que ali o acumulo é recente, causado pelo trabalho dos ventos e das marés, e,
se houver escavações, com certeza, só haverá mesmo a descoberta depreservativos
em profusão, porque há 40 anos passados aquela praia era um motel ao ar livre.
Mas enquanto prossegue a indefinição sobre a
anunciada obra, apresentada como urgente eindispensável, porque as ruas e edificações estariam ameaçados pelas águas
sorrateiramente avançando sob o asfalto, criou-se com a interdição da orla um
torturante problema no transito já tão tumultuado da cidade.
Em entrevistas nas emissoras de rádio no decorrer da
última semana , o vice-prefeito de
Aracaju engenheiro Jose Carlos Machado
considerava agora desnecessária a interdição da orla , reconhecia que a
população está insatisfeita e dizia que é preciso com urgência desfazer o nó da
13 de julho, um nó, por sinal desgastante para o prefeito João Alves.
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