sábado, 5 de outubro de 2013

A GUERRA NAS ESTRELAS E O OUSADO PLEBEU ADELSON


 A GUERRA NAS ESTRELAS E
 O OUSADO PLEBEU  ADELSON

Experientes observadores da cena política sergipana fazem a previsão  garantindo não conter exageros, de que, no próximo ano, a eleição dos deputados federais se transformará numa  ¨guerra nas estrelas ¨. Aqui, a palavra  ¨estrela ¨ é  apenas um eufemismo a substituir a verdadeira : cifrões.
A política, em especial a sergipana, atravessa um deprimente período de degradação,  e os que comandam esse processo, conseguem atrair velhas  e carimbadas figuras que retornam ao  palco,  e conseguem, também, cooptar novatos , atraídos  quase sempre pelas sedutoras promessas de uma ampla partilha patrimonial. Políticos dotados de espirito público como é o caso do senador Valadares, têm externado  preocupação com a crescente influencia do dinheiro nas eleições, mas, apesar de criar  regras infindáveis e estabelecer proibições que supostamente reduziriam a influencia do poder econômico, a Justiça Eleitoral não conseguiu até agora acompanhar o trajeto do dinheiro, desde o local de onde sai,  até ir se alojar nos bolsos  do  ¨chefe político ¨, ou na mão do eleitor,  trocando o voto por uma esmola  que humilha e espezinha a cidadania.
Nesse torneio onde  quase sempre o maior cacife dos competidores é  a conta bancária, entra agora um candidato  saído de uma família pobre como tantas outras da periferia, onde ninguém imagina tornar-se deputado . Adelson Barreto, o plebeu que chegou ao topo da elite do poder estadual, nunca saiu da periferia, lá continua vivendo e mantendo uma obra social que supre, em grande parte, as carências da saúde   pública ineficiente. No plano ético filantropia e busca de votos nunca deveriam andar juntas,  mas aí   já seria exigir demais. Quando um dia o poder público criar um sistema de saúde eficiente que a todos dê a atenção devida, políticos como Adelson terão de mudar de estilo. Ate que chegue esse dia muitas eleições irão transcorrer.  Depois  de conquistar alguns mandatos, desde vereador a deputado estadual, e perder uma eleição à Câmara Federal, quando o tapete lhe foi retirado dos pés, Adelson,  ano passado, alcançou o recorde de 60 mil votos.
Tornou-se assim um político detentor de  cobiçadíssimo passe. 
  E ele soube valorizá-lo.
Edivan Amorim lhe fez as vontades e entregou-lhe o comado estadual do Partido Trabalhista Brasileiro,  PTB, hoje, o deformado reduto dos que tinham compromisso com a valorização do trabalho e a dignidade do trabalhador. Agora, pelo menos, o PTB sergipano não está nas mãos de quem acumula graves  e insolúveis pendencias na Justiça do Trabalho.
No projeto de Edivan consta Adelson  chegando a deputado federal com uma portentosa cifra de algo em torno dos 180  mil votos. Uma meta sem duvidas arrojada,  mas que se tornaria possível caso o fenômeno da periferia aracajuana  tivesse a sua incrível capacidade de somar votos  sustentada por um generoso suprimento de fundos.  Adelson é um homem que apesar dos êxitos no cenário político  continua quase franciscanamente pobre, e enfrentando dificuldades para manter a sua eficiente máquina de assistência social. Exatamente por isso, Edivan exercitou a  proverbial habilidade de incorporar pessoas ao seu projeto,  e aí chegou-lhe o cobiçado troféu: o empresário Ricardo Franco, apoiado pela  sua mãe, a ex-ministra Leonor Franco, mulher decidida e forte que, conforme noticias nas colunas políticas, teria mantido uma convincente conversa com o deputado Adelson. Pavimentando assim, tão solicitamente, a trajetória sobranceira de Edivan,  talvez, a mãe dedicada esteja  querendo fortalecer as pretensões  alimentadas agora pelo filho, o jovem e vitorioso empresário Ricardo Franco, que teria vencido a ojeriza à politica e  também a uma boa parte dos políticos.
Com a imensa esperança de serem catapultados até Brasília surfando na esteira dos 180 mil votos de Adelson Barreto, o  plebeu  obstinado e competente que suplantou a aristocracia, tanto de sangue como de dinheiro, estão, entre outros, o deputado estadual Zé Franco e o jovem filho do empresário  dos conturbados transportes urbanos de Aracaju, Adierson Monteiro.

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