UM FEITO PARA O GUINESS - BOOK
Um colunista social é
corriqueiramente visto como se fosse mero divulgador das futilidades que compõem
o estilo de vida da pequena parcela da população a salvo das agruras do cotidiano
vivido pela grande maioria. Esse
estilo de jornalismo que uma americana, Pamona
Politis, consagrou como a fruição
da dolce-vita , era, a princípio, a crônica das praias, dos cassinos, dos palácios da Riviera Francesa, vez por
outra, dos lugares da moda nova-iorquinos, dos restaurantes parisienses, de
algum cruzeiro no iate Cristina, que
levava a maior de todas as cantoras de ópera, Maria Callas, como convidada
especial. Numa noite, Aristóteles Onassis mandou parar as máquinas e ouviu--a
interpretar a Casta Diva, disse então que o Mar Egeu fizera silencio, também , para
ouvi-la, e ele próprio encontrara a sua Diva, sem ser casta,
evidentemente.
Gore Vidal, que enriqueceu a
literatura do seu tempo, foi um esnobe assíduo frequentador do ¨grand-mond¨ e
do ¨jet-set¨, onde logo identificou, na festa permanente das vaidades, o jogo e
os artifícios do poder, e ganhou assunto para muitos livros. No Brasil,
Jacintho de Thormes e principalmente Zózimo,
fizeram o mesmo caminho de Gore Vidal,
e a crônica social foi passando
por mutações, cedendo espaço para a
politica, a economia, transformando-se em crônica da sociedade, indo do fútil
aos núcleos do poder.
Thais Bezerra, agora faz 35 anos,
começou na Gazeta de Sergipe, levada por Ivan Valença, sendo supervisionada por
Orlando Dantas, que via com ceticismo a garota , para ele, parecendo ser
mais uma adolescente festeira. Desde aquele tempo mantem uma característica, que é o espaço
reservado aos mexericos, tipo casais formados ou desfeitos, machões saindo do
armário, mas, foi incorporando as
revelações as vezes indiscretas,
exclusivas, as tramas da política, os
caminhos percorridos pelo dinheiro, e assim resistiu, renovando-se ao longo do tempo. O excelente Jornal da
Cidade, aos domingos, é em grande parte o caderno de Thais. E a menina academica de química industrial,
se fez jornalista consagrada. Thais junta, para a
sua longevidade de sucesso, algumas
coisas fundamentais, tais como
inteligência e acuidade, trabalho intenso e persistência. Por isso, nesses 35
anos, a sua coluna nem um só dia deixou
de ser publicada. Estivesse com febre,
frio e dor de cabeça, ou mesmo quando despediu-se dos seus adorados Alvaro e Juju, e saiu dos
sepultamentos para molhar com lágrimas a máquina de escrever, que ainda usava; aos domingos, o caderno de Thais
sempre saiu completo, isso, durante 35 anos.
Pode ser um recorde a figurar nas páginas do Guiness- book.
E para comemorar, Thais planeja
um happening em novembro.
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