sábado, 21 de setembro de 2013

A FARINHA NOSSA DE CADA DIA



A FARINHA NOSSA DE CADA DIA
A queda da monarquia francesa foi apressada em virtude da baixa produção do trigo que ocasionou escassez e o aumento do preço da farinha. Nas ruas o povo pedia pão e Maria Antonieta lhes sugeria a alternativa do brioche. Não há comprovação histórica desse episódio que evidenciaria o descaso ou o completo alheamento da rainha em relação ao que se passava fora da suntuosidade dos seus palácios, o brioche é também um produto da farinha de trigo, desde o inicio da agricultura, o cereal mais importante na alimentação humana.
Quando o séquito real de Dom João VI chegou ao Brasil em 1812 a cozinha brasileira surpreendeu os portugueses .Os bolos, os doces, uma variedade imensa de pratos não incluía a farinha de trigo, tudo provinha de uma farinha, a da mandioca. Havia ainda a variedade imensa de pratos obtidos através de um cereal das americas,  o milho. A mandioca e o milho, herança dos índios, dos africanos, são, no Brasil,  os substitutos do trigo, cultivo caprichoso que exige temperaturas amenas, o que só temos pelas bandas do sul.
 Entre nós nordestinos, especialmente sergipanos, a farinha de mandioca é alimento indispensável., imprescindível para compor a ¨mistura ¨, que se completa com a carne eventual, mas não dispensa a farinha , nos momentos de maiores agruras comida pura, as vezes com água e sal para disfarçar a fome.
A mandioca integra fortemente a base da nossa economia primária, é produto que gera emprego, dissemina renda, ou apenas garante o sustento.
Sexta-feira dia 20 era quase noite no povoado Gameleira de Cima quando, num salão repleto, com centenas de produtores, muitos prefeitos, deputados ,  vereadores, o prefeito de Campo do Brito, Léo Rocha disse, que naquele momento, os produtores de mandioca e farinha, estavam recebendo do governo um incentivo que há muito eles esperavam. Jackson Barreto, ao anunciar a isenção de impostos para a farinha, mostrou-se conhecedor do processo  de fabricação nas antigas ¨Casas de Farinha ¨, do que elas representam para a economia sergipana. São mais de 600 delas , disse Jackson, somente em Campo do Brito. Hoje,  revelou  o governador interino, em consequência da seca Sergipe está importando mandioca até de Goiás e São Paulo. O estímulo através da isenção de tributos chega na hora certa, e foi uma ideia defendida pelo criativo secretário da agricultura Zezinho Sobral. O pastor Mardoqueu presidente da COHIDRO, já está elaborando um estudo para ser levado a Zezinho, sobre a possibilidade de produção da mandioca nos perímetros irrigados, a fim de que não falte a matéria prima para os milhares de ¨casas de farinha ¨.  Elas representam um setor importantíssimo da nossa economia, o objetivo do governo é dar maior atenção a  essa agro- indústria, desenvolvida através da agricultura familiar, e por isso, socialmente imprescindível.
Para demonstrar a sua ¨sergipanidade , ¨o BANESE bem poderia estar presente na  remota Gameleira de Cima,  anunciando alguma forma de apoio aos plantadores  de mandioca e micro industriais da farinha. É bem possível que naquela reunião, com tantos agricultores, com tantos micro industriais, nem houvesse um só gerente de agencias do BANESE na região.

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