O PORTO DE MAR E O PORTO ANTIGO
Os que cruzam constantemente a barra instável e
revolta de Aracaju, estão a cada dia vencendo o perigo de um encalhe em águas
rasas ou o encontro com um inesperado banco de areia. A barra é mesmo uma barra, dizem os que
diariamente por ela passam. O canal está
assoreado. Há pontos onde a profundidade não chega a 2 metros, isso, num
trajeto sinuoso que requer manobras repetidas, as vezes bem próximo à forte
arrebentação. E as ondas não são pequenas. Mesmo assim, aquela barra anos a fio foi o caminho para os
navios que aportavam em Aracaju. Cargueiros,
navios de passageiros, ficavam ali no cais do Trapiche do Lima entrando
pelo rio, em frente onde a rua de
Laranjeiras encontra-se com a Avenida Rio Branco.
Por duas vezes dragou-se a barra para permitir a entrada de
navios maiores. Isso aconteceu em 1957, no governo de Leandro Maciel que
conseguiu trazer a draga holandesa
Antuérpia para fazer o alargamento e aprofundamento do canal. O trabalho dos
marinheiros batavos, revelou-se mais duradouro nos filhos
aloirados que por aqui deixaram, mas a dragagem mesmo teve curta eficácia de
menos de dois anos. Em 1970 o governador interino João de Andrade Garcez conseguiu uma outra draga, que voltou a aprofundar o canal. Mais uma vez
a obra teve curta duração. Nunca mais se
fez nova dragagem. Nesse interim, foi construído o porto de mar, o Terminal
Ignácio Barbosa, que opera com eficiência, é por sinal um dos mais modernos do país, mas é pequeno,
limitado, e precisa ser urgentemente ampliado. O governador Marcelo Déda deu ao
Secretario do Desenvolvimento Saumínio
Nascimento a incumbência de buscar soluções para o porto de mar. Já existem fórmulas em estudo avançado. No decorrer das analises sobre navios, cargas
e portos Sauminio constatou que o porto
estuarino de Aracaju precisa também ser reativado. Para isso, é preciso
refazer o canal, tarefa que exigiria uma quase permanente dragagem. Mas o custo
beneficio compensará. Está ameaçada, na Barra dos Coqueiros e em
Aracaju a existência dos estaleiros, inclusive do maior e mais antigo deles, o H. Dantas,
e a PETROBRAS, intensificado a logística para as operações em aguas
profundas, precisará cada vez mais do porto de Aracaju.
Para o largo estuário do Sergipe o prefeito João Alves agora
volta as vistas, ali descobrindo uma alternativa com o transporte fluvial, para aliviar o pesado transito aracajuano.
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