JOSE
SOBRAL, DO RECLAME À PUBLICIDADE
Nos anos
50 em Aracaju ainda se chamava ¨reclame¨ aquele quadradinho de divulgação
comercial nos jornais rudimentarmente
produzidos, ou o espaço que o locutor ocupava na rádio para divulgar um
produto. Nos maiores centros, São Paulo
e Rio de Janeiro, publicidade ainda era um negócio de uns poucos visionários
que anteviam a transformação da ¨grande
fazenda ¨ de café ou cana que era o Brasil.
Naquele
tempo as ruas do acanhado centro
comercial de Aracaju mergulhavam à noite
numa penumbra apenas transpassada pelas résteas de luminosidade de
lâmpadas fraquinhas que pendiam dos postes de ferro da rede elétrica. Na rua João Pessoa, onde havia o footing das noites de domingo,
começaram a surgir os primeiros letreiros iluminados. Entrava em cena
o gás neón, e com ele o reclame se transformava em propaganda ou publicidade. Trazido por
Jose Sobral do Prado, que
resolveu ser empresário e inovador, chegava
tardiamente um recurso que desde o
começo do século tornava feericamente iluminadas as ruas de grandes cidades. Os
luminosos, como eram chamados, foram se espalhando pelo centro comercial, e
chegaram até um pouco mais distante,
dando destaque em letras esverdeadas, às fachadas dos cabarés da Otoniel Dória e do Beco dos
Côcos.
Jose
Sobral, criou a Superlux, uma
empresa que cresceu e acompanhou a
evolução do novo ramo de atividade empresarial que se foi consolidando em
Sergipe, acelerado pelo pioneirismo de gente como ele, de Jose Andrade, com a sua Ajalux, de Jose Lima
de Azevedo, de criadores de agencias, como Nazário Pimentel, Nairson Menezes, Santos Santana, Montalvão, Wolfran, os irmãos
Trindade, de corretores, como Erotildes Araujo, Eden
Franklin, e daqueles que eram motoristas
e locutores de carros de propaganda, Paulo Silva, com o Guarany, Arnaldo, com o
Aurolincoln, Jorge Lobão com o Beverly.
Jose
Sobral se foi agora. Estava feliz, num cruzeiro
com a esposa a bordo de um navio bem
iluminado, como ele imaginou fazer das ruas de Aracaju ao instalar o seu
primeiro letreiro a gás neon.
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