sábado, 16 de fevereiro de 2013

JOSE SOBRAL, DO RECLAME À PUBLICIDADE



  JOSE SOBRAL, DO RECLAME À PUBLICIDADE

  Nos anos 50 em Aracaju ainda se chamava ¨reclame¨ aquele quadradinho de divulgação comercial  nos jornais rudimentarmente produzidos, ou o espaço que o locutor ocupava na rádio para divulgar um produto.  Nos maiores centros, São Paulo e Rio de Janeiro, publicidade ainda era um negócio de uns poucos visionários que  anteviam a transformação da ¨grande fazenda ¨ de café ou cana que era o Brasil.

  Naquele tempo as ruas do  acanhado centro comercial de Aracaju mergulhavam à noite  numa penumbra apenas transpassada pelas résteas de luminosidade de lâmpadas fraquinhas que pendiam dos postes de ferro da rede elétrica.  Na rua  João Pessoa, onde  havia o footing das noites de domingo, começaram a surgir  os  primeiros letreiros iluminados. Entrava em cena o gás neón, e com ele o reclame se transformava em propaganda ou publicidade.  Trazido por  Jose Sobral do Prado,  que resolveu ser empresário  e inovador, chegava tardiamente  um recurso que desde o começo do século tornava feericamente iluminadas as ruas de grandes cidades. Os luminosos, como eram chamados, foram se espalhando pelo centro comercial, e chegaram até um pouco mais distante,  dando destaque em letras esverdeadas, às fachadas  dos cabarés da Otoniel Dória e do Beco dos Côcos.

  Jose Sobral, criou a Superlux,  uma empresa  que cresceu e acompanhou a evolução do novo ramo de atividade empresarial que se foi consolidando em Sergipe, acelerado pelo pioneirismo de gente como ele, de   Jose Andrade, com a sua Ajalux, de Jose Lima de Azevedo, de criadores de agencias, como Nazário Pimentel, Nairson Menezes,  Santos Santana, Montalvão, Wolfran, os irmãos Trindade,  de  corretores, como Erotildes Araujo, Eden Franklin, e daqueles que  eram motoristas e locutores de carros de propaganda, Paulo Silva, com o Guarany, Arnaldo, com o Aurolincoln,  Jorge Lobão com o Beverly.

 Jose Sobral se foi agora. Estava feliz,  num cruzeiro com a esposa a bordo de um  navio bem iluminado, como ele imaginou fazer das ruas de Aracaju ao instalar o seu primeiro letreiro a gás neon.

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