AGRIDEM, QUASE MATAM, E FICAM SOLTOS
Esses dois indivíduos, evidentes sociopatas, que, covardes, juntaram-se, e em
desproporcional vantagem
física, agrediram e quase matam o
delegado de polícia Carlos Frederico
Muricy, devem agora fazer parte daquele grupo de criminosos que estão a zombar
das nossas leis a desdenhar da
capacidade das instituições para coloca-los
atrás das grades, onde, desde o delito praticado eles deveriam permanecer. Mas um Juiz é obrigado a decidir de acordo com
a lei, e, desgraçadamente para um país
que está sendo devastado pelo
descontrole da criminalidade, as penas são levíssimas, a condescendência é
imensa .Na verdade, no Brasil agora
ninguém mais vai preso, e se chegar a ir parar na cadeia lá demorará muito
pouco. Talvez, sem a certeza de que nada
de mais grave lhes aconteceria, Renan Rocha Seixas Filho, que é administrador
de empresa e tem 35 anos e o universitário Pedro Rafael Braga Vaz, 20 anos não
teriam, com tanta ousadia, investido contra um cidadão que além de tudo
estava acompanhado da esposa e se retirava pacificamente de um local público. O delegado recebeu chutes na cabeça, teve
afundamento de crânio e levou mais de 30 pontos no rosto. A esposa do policial
na tentativa de livrá-lo da fúria selvagem dos dois jagunços vestindo roupas de grife, foi também
agredida. Ao agredirem uma mulher, eles,
certamente, completaram a empreitada
¨valente ¨.
Os dois devem ser desses frequentadores de academias de lutas
marciais que antes não foram obrigados a
comprovar sanidade mental. Por
terem um descompasso insanável entre o corpo e a mente, saem a
procura de alguma coisa que lhes
atenue a torturante debilidade interior, e a
exibição de força, mesmo
em circunstancias de total covardia, é o único remédio que encontram.
O Juiz determinou aos dois o pagamento de fiança, o
que para eles não chegará a pesar nos
bolsos, mas, estabeleceu ainda que tanto
Renan como Pedro não poderão frequentar bares, boates e casas noturnas. Eles também não podem mudar de endereço e
estão obrigados a comparecer a todas as audiências no decorrer do processo. Renan mora em Salvador e lá não há
como saber o que ele de fato estará
fazendo. Até mesmo aqui em Aracaju onde reside Paulo será impossível
acompanhar-lhe os passos. Tudo isso porque
no Brasil não se faz a aplicação das tornozeleiras de rastreamento, talvez por causa dos nossos pudores hipócritas em relação a aspectos dos direitos humanos que
o resto do mundo civilizado desconhece. Com as tornozeleiras, tanto Renan como Paulo teriam seus roteiros facilmente
monitorados. O baiano certamente andará
pelos locais badalados de Salvador a contar vantagem, dessas bem próprias
de todo cafajeste, gabando-se de ter em
Aracaju, deitado e rolado, até aplicado
uma surra num delegado sem que nada lhe acontecesse.
Espera-se que o processo ande rápido e haja a
condenação, até porque, se os dois não
se tornarem brevemente hóspedes de uma Penitenciária, estaria aberto o caminho
para uma outra atitude selvagem, que
seria a simples vingança pessoal do
agredido, ou de outros policiais indignados com a impunidade.
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