A POBREZA E AS ESMOLAS DOS PREFEITOS
Nossos municípios são quase todos
paupérrimos. Há alguns que se destacam pela arrecadação vistosa, mas, poucos
conseguiram dar um destino socialmente
útil à dinheirama que arrecadam. Via de regra os prefeitos se transformam em improvisados supridores de necessidades
imediatas. Se saem às ruas são
assediados pela legião de carentes que se contentam quando do bolso do
administrador público saem algumas notas de 5 , 10, 20, , e raramente de 50
reais. Forma-se assim a desgraçada cultura
da esmola e cria-se um elo de submissão entre o que recebe e aquele que
lhe ¨presenteia¨.
Em Canindé do São Francisco
município sempre lembrado por ser recordista em cofres cheios, a arrecadação
chegou em julho a 64.701.718,02. Dá uma média de 9.243,102,74 por mês. A
dinheirama deve passar este ano dos 115 milhões de reais. A população é de
apenas 27 mil habitantes. No município
onde é alarmante o número de
desempregados, a renda per capita é baixíssima, e a pobreza é imensa, há um colapso na saúde, as obras de um hospital chegam inconclusas aos 6 anos, existem mais de500 casas de taipa, tudo isso formando o retrato deprimente de uma realidade que
precisa ser urgentemente transformada. Diante desse quadro no mínimo contristador, o candidato
oficial recusa-se a debater projetos, a participar de reuniões, a demonstrar que
possui um mínimo de conhecimento dos problemas do município e de visão para
elaborar projetos e formular ideias. Nos
programas de rádio da Justiça Eleitoral
apenas consegue ler como se recitasse, o trecho que funcionários da própria Prefeitura preparam e
lhe entregam bem antes, para que tenha tempo de treinar a leitura. Arrastado
pela força financeira dos cofres municipais , o
candidato acredita numa prometida ¨ irrigação¨ de cada pessoa, de cada família, a ser feita nos derradeiros 15 dias da
campanha eleitoral.
Seria o festival da compra de
votos.
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