sábado, 25 de agosto de 2012

DONA MARY MESQUITA DÓRIA


DONA MARY MESQUITA DÓRIA
Nenhuma esposa de governador sergipano viveu atribulações iguais às sofridas por Dona Mary Mesquita Dória. Com destemor, dedicação e energia, aquela mulher de gestos suaves e voz  doce, transformou-se, de repente, na defensora da liberdade ferida, dos direitos espezinhados, na medida em que lutava  contra um poder discricionário que, na madrugada de  2 de abril de 64, prendera o seu marido, o governador Seixas Dória, e o sequestrara, comportando-se os  agentes da ditadura que nascia, como se fossem bandoleiros. Dona Mary foi a companheira,  também,  discreta,  culta e sagaz assessora do marido,  conselheira a conter os seus arroubos, bem próximos daquela impetuosidade sempre revelada  pelos grandes  tribunos. Na velhice, enquanto os dois mutuamente se apoiavam,   quem os via tão unidos pelos laços fortes de uma vida longa e solidária,  parecia sentir que neles havia o desejo de partirem juntos, para o que se convencionou chamar de eternidade. E entre uma e outra partida  houve pouco mais de um ano. Mary não nasceu para ser a viúva. A ela estava destinada a grande tarefa de ter sido a mulher de Seixas Dória. Lembra o historiador Clauber  Benhur  Santos dos Santos que, fazendo um trabalho acadêmico, ouviu  Seixas definir   Dona  Mary: ¨É uma intimorata lutadora ¨.
O mestre da oratória criara a expressão certa para definir a coragem e o valor de Dona Mary.

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