OS CONSTRANGIMENTOS EM UMA CONVENÇÃO
Em Canindé de São Francisco o prefeito Orlandinho Andrade
e o seu irmão, o suplente de senador Kaká Andrade, esforçaram-se até aonde foi
possível para disfarçar os
constrangimentos que afloraram na convenção realizada na última sexta-feira
para indicação dos candidatos a prefeito e vice prefeito. O candidato a
prefeito Ednaldo da Farmácia, um correto
e benquisto comerciante, é estreante na cena política, e, como ele
próprio reconheceu em discurso, sem a experiência, que agora torna-se
indispensável para liderar um grupo e comandar o processo eleitoral. Como
resultado dessa limitada capacidade de
articulação, estão pipocando aqui e ali
desentendimentos que se ampliam em face da vantagem exibida nas
pesquisas pelo candidato da oposição Heleno Silva. Chegou o dia da convenção e os ponteiros não haviam
sido previamente acertados, tarefa que caberia ao candidato, um aprendiz de
político. Então, em plena convenção, aconteceu a cena inédita. O vereador Panque,
que foi o mais votado, é presidente da
Câmara e candidato à reeleição, fez um discurso anunciando que não iria apoiar
o candidato Ednaldo da Farmácia, e que o seu compromisso era exclusivamente com
o prefeito Orlandinho, no sentido de manter a governabilidade do
município, mas, não se sentia obrigado a votar em candidato de cuja escolha não
participara, e com quem não tivera o prazer de conversar depois. Na plateia, o
inesperado anuncio fez ampliar a
sensação de desconforto que já se sentia
desde a véspera, quando, na convenção
que tornou candidato a prefeito o deputado Heleno, e a vice a ex-prefeita Rosa Maria, houve uma soma de apoios, como do deputado João Daniel, líder do MST, do Frei
Enoque Salvador de Melo, a presença do deputado federal Valadares Filho, a
formação de um arco de alianças que vai do PT, passando pelo MST e o Democratas.
Esses fatos deixaram claro que a
oposição estava unida e engrossara nos últimos dias com importantes adesões.
Por outro lado, os oradores que se sucederam demonstraram competência política,
articulação e foco em objetivos. De uma
a outra convenção, pareceu existir um
contraponto entre a competência e a
improvisação.
Outro episodio difícil de ser presenciado sem risos e comentários jocosos,
foi o discurso de um cantor e compositor
de toadas boiadeiras, Paulo Nunes, aliás muito bom no seu ofício, mas que, vez por outra, é contagiado por estranha megalomania, ou devaneios, e
imagina-se grande liderança
política. Ele anunciou que conseguira
para Ednaldo o apoio de dois influentes políticos, o ex-prefeito de Paulo
Afonso, Paulo de Deus, e o suplente de deputado federal, agora
assumindo temporariamente, o respeitado
médico Luiz de Deus. Foi mais além, e
disse textualmente que Canindé não precisava de outros, porque já tinha um deputado federal que o
representava e defendia, Luiz de
Deus. Como o parlamentar representa na
Câmara Federal a Bahia, naquela convenção partidária foram ofendidos , toda a bancada federal sergipana, os deputados estaduais, inclusive Jeferson
Andrade, primo de Orlandinho e Kaká.
Jeferson foi o mais votado no
município, e lá é muito presente e atuante.
Para completar a frustração, o
anunciado apoio dos dois políticos baianos não ocorreu, porque, tanto o engenheiro e pecuarista Paulo de Deus, como o seu irmão o deputado Luiz de Deus, não deram o ar da graça na convenção. O orador Paulo Nunes
acrescentou ao pacote de desatinos, uma acusação a um senhor que estava
na plateia, logo o intimando a retirar-se do recinto porque seria um espião, ¨identificado¨
facilmente pelo vermelho da camisa que vestia.
Tanto o prefeito Orlandinho Andrade com o
seu irmão Kaká Andrade, ainda
querem saber quem foi o responsável por colocar Paulo Nunes, que é assessor do
candidato Ednaldo da Farmácia, entre os
oradores da convenção, e quem se esqueceu de conversar, antes, com o
vereador Panque.
Tá no blog meu amigo.
ResponderExcluirBom artigo, como sempre.