domingo, 22 de julho de 2012

O MÊS DE JOÃO ALVES E OLÍMPIO CAMPOS


 O MÊS DE JOÃO ALVES E OLÍMPIO CAMPOS
  No  Palácio Museu Olímpio Campos  aconteceu, na semana passada, a  tradicional homenagem aos homens públicos que governaram  Sergipe, no mês  que registra as datas do nascimento deles. Os homenageados de julho foram o ex-governador João Alves e o monsenhor  Olímpio Campos, que governou Sergipe num turbulento período do início do século passado.
 Sobre João Alves falou a sua irmã, a professora e acadêmica Marlene Alves  Calumby. Ela fez uma síntese da vida de João , como engenheiro empresário e político, destacando as ações dos seus três períodos de governo. João, candidato  a prefeito de Aracaju, cercou-se de cuidados, e para a solenidade palaciana não levou políticos, convidou apenas familiares e colegas da Academia Sergipana de Letras.
Sobre Olímpio Campos falou o professor Ibarê  Dantas.   Ele é  um  historiador que tem a acuidade intelectual de conhecer a História e interpretá-la  a  partir da evolução social  e política que acompanha  os cenários das relações de produção,  por isso, fez um retrato perfeito dos tempos em que se fizeram contendores o revolucionário Fausto Cardoso e o conservador clérigo Olímpio Campos. Do choque entre as tendências de mudança e  a imobilidade oligárquica , resultou a tragédia do assassinato de Fausto , e do revide, que alias teria sido despropositado, dos filhos do tribuno morto, ao assassinarem a tiros no Rio de Janeiro o monsenhor ex-governador que exercia mandato de Senador da República.
A posteridade, celebrando a democracia que não se pode dissociar da civilidade e dos respeito entre os que divergem,  fez lembrar a tragédia exaltando a pacificação. No local onde  tombou Fausto   Cardoso, surgiu a praça que leva o seu nome, na praça, ergueu-se o palácio Olimpio Campos. E foi feito mais ainda, com certa sutileza.  Por trás do Palácio, na alameda que  atravessa o  parque  também chamado Olímpio Campos,  diante da Catedral, colocaram a estátua solene de um estático monsenhor.  Bem  adiante,  seguindo uma linha rigorosamente reta,  no centro da praça Fausto  Cardoso, puseram a estátua do tribuno, sugerindo movimento, ação, dinamismo, talvez um aceno de transformações, numa terra  então desesperançada pelo rodízio fastidioso dos oligarcas.  Fausto está olhando para o poente, num gesto de aceno  ao futuro. Nas duas praças, a síntese perfeita  da cena política e social da nossa terra.

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