O MÊS DE JOÃO ALVES E OLÍMPIO CAMPOS
No Palácio Museu Olímpio Campos aconteceu, na semana passada, a tradicional homenagem aos homens públicos que
governaram Sergipe, no mês que registra as datas do nascimento deles. Os
homenageados de julho foram o ex-governador João Alves e o monsenhor Olímpio Campos, que governou Sergipe num
turbulento período do início do século passado.
Sobre João Alves falou a sua irmã, a
professora e acadêmica Marlene Alves
Calumby. Ela fez uma síntese da vida de João , como engenheiro
empresário e político, destacando as ações dos seus três períodos de governo.
João, candidato a prefeito de Aracaju,
cercou-se de cuidados, e para a solenidade palaciana não levou políticos,
convidou apenas familiares e colegas da Academia Sergipana de Letras.
Sobre Olímpio Campos falou o
professor Ibarê Dantas. Ele é um
historiador que tem a acuidade intelectual de conhecer a História e
interpretá-la a partir da evolução social e política que acompanha os cenários das relações de produção, por isso, fez um retrato perfeito dos tempos
em que se fizeram contendores o revolucionário Fausto Cardoso e o conservador
clérigo Olímpio Campos. Do choque entre as tendências de mudança e a imobilidade oligárquica , resultou a
tragédia do assassinato de Fausto , e do revide, que alias teria sido
despropositado, dos filhos do tribuno morto, ao assassinarem a tiros no Rio de
Janeiro o monsenhor ex-governador que exercia mandato de Senador da República.
A posteridade, celebrando a
democracia que não se pode dissociar da civilidade e dos respeito entre os que
divergem, fez lembrar a tragédia
exaltando a pacificação. No local onde
tombou Fausto Cardoso, surgiu a
praça que leva o seu nome, na praça, ergueu-se o palácio Olimpio Campos. E foi
feito mais ainda, com certa sutileza.
Por trás do Palácio, na alameda que
atravessa o parque também chamado Olímpio Campos, diante da Catedral, colocaram a estátua solene
de um estático monsenhor. Bem adiante, seguindo uma linha rigorosamente reta, no centro da praça Fausto Cardoso, puseram a estátua do tribuno,
sugerindo movimento, ação, dinamismo, talvez um aceno de transformações, numa
terra então desesperançada pelo rodízio
fastidioso dos oligarcas. Fausto está
olhando para o poente, num gesto de aceno
ao futuro. Nas duas praças, a síntese perfeita da cena política e social da nossa terra.
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