domingo, 13 de maio de 2012

A POLÍCIA NO HOSPITAL E A HORA DE IUNES


 
A POLÍCIA NO HOSPITAL
E A HORA DE IUNES
 A chacina aconteceu num hospital, o maior da rede pública de Sergipe. Como sempre lotado, o HUSE, ou se preferem, João Alves Filho, foi palco de uma cena de terror que o gênio de Alfred Hitchocok talvez não tivesse a ousadia de imaginar: um policial, acobertado por colegas, assassinando aleatoriamente pacientes que esperavam  socorro. O tenente ensandecido que vingava a morte do irmão ocorrida em um tiroteio  que não se sabe exatamente se ocorrido com marginais ou entre marginais, chegou para matar, e não teve sequer o cuidado de selecionar os seus alvos.
Matou a torto e a direito.
Um oficial de polícia, presume-se,  deve passar por rigorosos treinamentos que o tornem apto a enfrentar situações difíceis.   A sua capacidade de autocontrole é testada, suas reações psicológicas avaliadas, para que o Estado não venha a entregar uma arma a alguém  que a transforme em perigo para a sociedade. Por outro lado, nenhuma corporação militar pode ser condescendente com alguém que tenha um prontuário assemelhado ao de um marginal. O tenente autor da chacina, possuía uma  deplorável folha corrida, mas, mesmo assim, continuava fardado, e armado.
 Não foi somente o tenente que invadiu o hospital com o propósito de assassinar, outros fardados lhe deram proteção, ou, no mínimo, facilitaram a sua fuga. Assim, foi a polícia que esteve no Hospital, e lá deixou suas marcas selvagens.
Houve o crime horripilante, num local público onde estão pacientes que necessitam de cuidados, profissionais da saúde  exercendo o seu tormentoso ofício, famílias  acompanhando seus doentes. Num local assim, onde se exige, no mínimo, que se faça silêncio, um policial pago pela sociedade, com arma que a sociedade lhe entrega para que a defenda, usa a farda, usa a arma para matar e aterrorizar.
A Polícia chegou ao hospital,  e nas condições em que chegou, de lá,  é urgente retirá-la.
Numa corporação militar,  quando o espírito de corpo  começa a se desfazer em corporativismo descontrolado,  ao tempo em que a hierarquia e a disciplina se diluem, tudo pode acontecer, inclusive os tiros no hospital.
O governador Marcelo Déda foi claro e impositivo: É preciso expulsar das fileiras o tenente assassino, também, punir os que foram omissos ou coniventes.
 A sociedade estava a aguardar uma resposta. E aguarda mais ainda:  aguarda uma polícia menos contaminada pela politicagem, uma corporação livre das ingerências que a deformam, uma polícia exclusivamente voltada para os seus deveres, e dando ao cidadão a contrapartida do custo que representa. Menos policiais nas emissoras de rádio, mais policiais  voltados para os objetivos da sua profissão.
 Vai assumir agora o comando da Policia Militar  de Sergipe o coronel Maurício Iunes. Trata-se de um oficial conhecido e muito bem avaliado.  Nos últimos anos o seu nome foi associado á eficiência, à disposição sempre para   as ações mais difíceis.
 No momento, o coronel Iunes reúne as melhores condições para exercer o comando da PMS,  nos últimos meses comandada pelo correto e atencioso coronel Rezende.  Pela fama que conquistou como oficial que prestigia os comandados,  mas deles exige obediência, disciplina e ação,  pelos exemplos pessoais que tem dado  em ocasiões criticas , são fortes as boas expectativas  que os sergipanos alimentam em relação ao novo comandante da policia militar.
  O delegado João Eloy, Secretário da Segurança Pública e o coronel Iunes  no comando da Polícia Militar,  formarão  um afinado dueto, que irá tocar no ritmo que as circunstancias exigem.

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