sábado, 21 de janeiro de 2012

NO EXTRA, SEXTA-FEIRA 13


Era começo de noite da sexta-feira  13. No  Extra  formavam-se filas imensas.   Andamento atrasado porque os caixas faziam, também, o papel de  empacotadores.  Na falta destes,  clientes revoltados diziam que não levariam as mercadorias. Havia um mal estar coletivo, causado pela lentidão,  alguns,  lembravam que o Extra  há tanto tempo descumpre, sem punições, a determinação do Ministério Público Federal do Trabalho para que sejam admitidos empacotadores, a exemplo do que fazem outras redes.  Falava-se, também, e muito mal, do omisso Sindicato dos Comerciários, e do igualmente ausente Ministério do Trabalho. Foi então anunciado que não mais seriam aceitos pagamentos em cartões, somente em dinheiro  vivo ,  que ninguém tinha;  cheques, nem pensar. As filas estacionaram de vez.  Pela insatisfação generalizada,   já se prenunciava  a possibilidade de um  quebra-quebra. Alguém  sugeriu :  ¨Vamos propor ao gerente que,  quem  está na fila,  esperando há tanto tempo, possa levar as mercadorias, assinando um documento, dando endereço, numero do CPF, e se comprometendo a vir no dia seguinte pagar as compras. Foi então que um cliente logo anunciou  a esperteza: ¨Vamos encher mais os carrinhos,  damos um endereço falso e sumimos.¨ Um outro balançou a cabeça  aprovando a proposta malandra. A  pessoa que sugerira solução lógica e honesta, falou triste: ¨Vocês há pouco estavam reclamando porque o supermercado não cumpre as leis, e  querem agir  como   ladrões ? É assim que vocês querem endireitar as coisas ?
Pouco depois  os cartões eram aceitos, e tudo terminou em paz.
Informação útil: Oito dias depois já se viam alguns empacotadores trabalhando.

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