Era começo de noite da
sexta-feira 13. No Extra formavam-se
filas imensas. Andamento atrasado porque os caixas faziam,
também, o papel de empacotadores. Na falta destes, clientes revoltados diziam que não levariam as
mercadorias. Havia um mal estar coletivo, causado pela lentidão, alguns, lembravam que o Extra há tanto tempo descumpre, sem punições, a
determinação do Ministério Público Federal do Trabalho para que sejam admitidos
empacotadores, a exemplo do que fazem outras redes. Falava-se, também, e muito mal, do omisso
Sindicato dos Comerciários, e do igualmente ausente Ministério do Trabalho. Foi
então anunciado que não mais seriam aceitos pagamentos em cartões, somente em
dinheiro vivo , que ninguém tinha; cheques, nem pensar. As filas estacionaram de
vez. Pela insatisfação generalizada, já se
prenunciava a possibilidade de um quebra-quebra. Alguém sugeriu :
¨Vamos propor ao gerente que,
quem está na fila, esperando há tanto tempo, possa levar as
mercadorias, assinando um documento, dando endereço, numero do CPF, e se comprometendo
a vir no dia seguinte pagar as compras. Foi então que um cliente logo anunciou a esperteza: ¨Vamos encher mais os carrinhos, damos um endereço falso e sumimos.¨ Um outro
balançou a cabeça aprovando a proposta
malandra. A pessoa que sugerira solução
lógica e honesta, falou triste: ¨Vocês há pouco estavam reclamando porque o
supermercado não cumpre as leis, e
querem agir como ladrões ? É assim que vocês querem
endireitar as coisas ?
Pouco depois os cartões eram aceitos, e tudo terminou em paz.
Informação útil: Oito dias depois
já se viam alguns empacotadores trabalhando.
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