LADRÃO DE CASACA

As câmeras de uma rua de alta classe média na Coroa do Meio registraram. O homem desceu bem vestido de um automóvel Citröen C-4 Pallas. Era manhã cedo, por volta das cinco e trinta. O cidadão com aparência tranquila encostou-se ao carro, e ficou assim, sossegadamente, como se estivesse aguardando alguém. Depois, dirigiu-se a uma casa ampla onde funciona o escritório de uma empresa. Chegou até a porta de ferro bem protegida, olhou em volta, retornou ao carro, de lá retirou um enorme alicate.  Em poucos minutos decepou o fecho de todos os cadeados. Em seguida, desligou o sistema de segurança, as câmeras internas, tranquilamente, foi retirando todos os equipamentos eletrônicos.  Acondicionou os aparelhos envolvendo-os em toalhas. Levou-os até o veiculo. Arrumou tudo bem arrumado e saiu em marcha lenta. Isso aconteceu em outubro do ano passado. Em dezembro, depois de muito investigar, a polícia sergipana prendeu o ladrão. O homem é de Itabaiana, reside em Alagoas, onde é bem sucedido empresário. Tem, na Praia do Francês, um negócio de distribuição de bebidas e lá possuía conceito de cidadão honrado. Gosta de motociclismo. Organizava e participava de competições off-road. Trabalhava 3  semanas ao mês,  reservava uma para agir como larápio, em Aracaju, Fortaleza, Natal, e outras cidades. O ladrão que Gary Grant até poderia interpretar, nunca usou armas.