João Fontes, o ex-deputado, era uma das mais promissoras apostas de militância católica em Sergipe. Tão piedosamente se incorporava à legião dos seguidores da Igreja de Pedro que, em busca do ideal de santificação, ainda no envoltório da carne, viveu por algum tempo na Itália, aprimorando-se em experiências místicas, seguindo os passos historicamente deixados por grandes Santos, como o mais exemplar deles, em humildade e amor, São Francisco de Assis. Voltou, ao que se dizia, esbraseado de fé, e mereceu todo o imprescindível apoio do aparato eclesiástico sergipano para tornar-se deputado federal. Semana passada, quem parecia ser como focolari convicto, um moderno cruzado a serviço da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana, apareceu numa emissora aracajuana numa comentadíssima entrevista, e bombardeou com sua costumeira virulência verbal, nada mais nada menos do que a sua Santa Madre. Evidente, João Fontes abordava um tema que a própria evolução social manda que seja tratado como parte normal da sexualidade, que nunca deveria ter sido vista como pecaminosa: a homossexualidade. A Igreja recusa-se, por convicções morais e fundamentos teológicos, a aceitar o que enxerga como desvio e pecado. Mas então, o focolari João Fontes, disparou pesado em direção aos temas que têm conturbado o Vaticano, tais como a pedofilia, a opção sexual dos padres, e usou termos que horrorizaram, desde o Arcebispo, ao mais modesto dos párocos interioranos. Agora, para ele, a desviada ovelha, restará despir-se das armaduras de Templário, Cavaleiro da Fé, e descer do cavalo , pelos descaminhos cometidos na busca do Santo Graal. Jerusalem ficará como objetivo inalcançável. O cruzado desistiu da empreitada.
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