O presidente do sindicato dos comerciários Ronildo Almeida, aparece agora deixando no ar a possibilidade de uma greve setorial como protesto derradeiro contra os baixos salários . Ele observa que o entrave nas negociações sempre acontece com as grandes redes de supermercados. São, paradoxalmente, os supermercados multinacionais aqueles que se negam a cumprir a lei e a pagar melhores salários. Nos países de origem ou em outros países onde atuam, esses conglomerados pagam aos seus trabalhadores salários bem maiores do que entendem sejam merecedores os trabalhadores brasileiros. Exatamente por isso, a greve deveria começar pelos supermercados, iniciando-se, certamente pelo desumano, que vem aleijando caixas, obrigados a ser também empacotadores, o Extra, ramo do Pão de Açucar que teve agora felizmente negado, o presente de quase 4 bilhões de reais que lhe seria ofertado pelo BNDES. Mas o Sindicato precisa também ter flexibilidade, visão moderna e prática, deixando de lado a velharia da legislação trabalhista dos tempos da ditadura de Getúlio Vargas, e admitindo que, em primeiro lugar, deve estar a geração de empregos, e salários maiores. Para isso, ao invés de lutar pelo fechamento do comércio aos domingos e feriados, deveria, ao contrário, querer que todo ele permanecesse aberto, todos os dias, se as empresas quisessem, e mais durante vinte e quatro horas, se achassem lucrativo, desde que contratassem novas turmas ou fizessem rodízio voluntário entre os trabalhadores, assegurando aqueles dispostos a cumprir jornadas extras, gratificações decentes. Ganhariam os trabalhadores, ganharia a sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário