Bravamente Orlandinho Andrade prefeito de Canindé em segundo mandato resistiu a um câncer. Começou a luta que foi vencida dando o primeiro sinal de força e coerência diante de um mal que muitos nem ousam dizer o nome. Ele fez como tantas outras pessoas inteligentes que sabem que ocultar não é a solução, e pode ser o primeiro sinal de fraqueza diante de um quadro que requer, sobretudo, calma e tranqüilidade para ser enfrentado. Dizer isso é fácil, difícil é, diante da realidade dura, saber conversar normalmente sobre a doença sem medo de pronunciar-lhe o nome. Assim fez Orlandinho, e chegou até a anunciar ao povo de Canindé, pela Xingó – FM, que estava passando o comando da Prefeitura ao vice – prefeito Marcone Marinho, enquanto estivesse se submetendo ao tratamento no hospital Sírio Libanês em São Paulo. Atitudes assim, junto com a capacidade para enfrentar adversidades e, lógico, o apoio da família, o avanço da medicina e a competência dos médicos, garantem, seguramente, o processo de cura.
Curado, Orlandinho já retornou de São Paulo e reassumiu o comando da Prefeitura. Mas ele confessa como tantas outras pessoas que atravessaram situações semelhantes: “ acreditar fervorosamente em alguma providencial intervenção “lá de cima”, sem dúvidas, é o melhor salva-vidas onde se agarrar.”
O advogado e procurador aposentado Jeferson Fonseca foi outro que enfrentou e venceu problemas de saúde, e, mais ainda, a angústia de uma imensurável perda. Jeferson andou com a morte por perto, várias vezes a seguir-lhe ameaçadoramente os passos, mas, resistentemente, segurando a mão da mulher Eliane, dos filhos, dos amigos que o estimulavam a não perder a esperança, ele foi conseguindo despertar a viver, quando a vida quase lhe fugia. Jeferson, recuperado, voltando ao convívio da família e dos amigos, carregando as seqüelas que ele sabe minimizar, e com elas estabelecer um pacto de bem viver, dá lições de como é possível, apesar de tudo, extrair da vida aquela seiva que alimenta a felicidade.
No livro Dando A Volta Por Cima, Jeferson Fonseca conta a luta travada nas salas de cirurgia, nas UTIs, também outros episódios da sua vida. Não há pretensões literárias, somente a franqueza do relato de instantes de dor e sofrimento, e do que fez para superá-los. O livro que Jeferson escreveu é, sobretudo, um repertório de ensinamentos que nos levam bem mais para perto da indispensável humildade diante da vida, esse dom tão poderosamente fantástico, ao mesmo tempo, tão frágil e fugidio.
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