ZE DIRCEU E CUNHA
DIFERENTES E IGUAIS
Quando, na Assembléia
Nacional Francesa cada grupo tomou uma posição no plenário, uns no centro,
outros nos lados esquerdo e direito,
formou-se o leque ideológico que até hoje subsiste como fator de
referencia das idéias e das práticas políticas.
Nesse leque, Zé Dirceu estaria à esquerda, e Eduardo Cunha à
direita. O leque foi espichado nas
extremidades para que melhor se caracterizassem a esquerda e a direita
extremadas. Nessa configuração, Zé Dirceu
esteve num extremo, mas retornou à posição inicial. Já Eduardo Cunha
sempre correu entre a direita e a extrema direitona , como diria o nosso jamais
esquecido Rosalvo Bocão. Quando estudante, presidente da UNE, fundador do PT, e
ao subir triunfalmente a rampa do Planalto acompanhando Lula, e logo instalando-se como poderoso ministro, Zé
Dirceu deveria ainda conservar algum resquício daquelas idéias generosas que
deveriam ser a marca registrada da esquerda. Perdeu-as, quando entrou em
contato direto com a engrenagem do poder, misturando-se com a contaminadora elite
dos grandes negócios, e descobriu que governo não governa se não coonestar, por
todos os meios, parlamentares
suficientes para ter uma folgada maioria. Ai então, desembestou- se, montou a
mais sórdida máquina de corrupção de todos os tempos, e dela se locupletou. Sumia
o revolucionário, surgia o hedonista.
Cunha, sempre foi o que é.
Entrou na política pela pior das portas, nela sobrevive, e cresce,
alimentando-se no monturo da enorme lixeira
que se espalhou pelo Congresso, pelo Planalto, pelos Ministérios, pelas estatais.
Enquanto Zé Dirceu
desvirtuava o marxismo, que fora sua bússola
ideológica, Cunha agredia os ensinamentos
bíblicos, transformando-os em roteiro
para a irracionalidade, e o fanatismo que lhe rendiam votos.
Zé Dirceu fez uma meteórica ascensão e queda, ou o caminho mais rápido entre o
Palácio do Planalto e a Penitenciária da Papuda.
Cunha colocou a República aos seus pés, e não houve degraus
do poder que ele não escalasse , e outros que não planejasse subir. Agora,
começa a caminhada para baixo, pisando sobre as pegadas de Zé Dirceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário