A MOLECAGEM DA POLÍTICA OU VICE –
VERSA
Aquela anunciada novidade
novidadeira, a ¨política de olho no olho ¨ parece que durante algum tempo foi
assim como algo hipnotizador. Olho no olho não é exatamente uma técnica usada
para a hipnose, mas, aquela espécie de mantra repetido, repetido, e por quem
tem esperteza e ousadia, para cantarolar mais ou menos assim: Poder, poder, influencia, lucros, lucros. Isso, dia a dia, hora a hora escutado, e,
ainda mais com o ¨olho no olho¨, é algo
hipnótico , que pode levar algumas
pessoas a um estado de transe alimentado pela expectativa do paraíso posto ao alcance
da mão. Mão esperta é verdade.
Rapidamente porem, o encanto se desfez, o mantra tornou-se
enjoativo, vazio, fajuto, e alguns episódios que geraram insatisfações e
desencontros entre aqueles que
acreditaram na política do ¨olho no olho
¨, começaram a desfazer a ideia de que a
conquista do paraíso estava próxima de tornar-se realidade.
Então, diante do precoce
descrédito da ¨política do olho no olho
¨, que significa exatamente nada vezes nada, tratou-se, rapidamente, de colocar em cena nova estratégia, que pode ser eficaz e
simplesmente definida, como política da
molecagem, ou molecagem da política,
tanto faz . O termo molecagem é, não há
duvidas, pesado, contundente, até deselegante, mas, em alguns momentos a insensatez
e o engodo precisam ser definidas
com um certo sentimento de raiva, uma
ira cívica, que, por
justa indulgencia da cidadania,
pode ficar neste caso, fora dos 7 pecados que a Igreja de Roma aponta como
capitais .
A
espichada novela do PROINVESTE, o Big Brother os irmãos Amorim, exigiu de um doente já desesperançado, o governador Marcelo Déda, algumas maratonas
de superação , uma Via Crucis do físico e da alma. Déda saiu a buscar forças que o corpo castigado pelo câncer já lhe
negava. No roteiro da poesia de Fernando
Pessoa foi descobrindo o
tamanho da alma para uma causa que valia a pena. Causa de Sergipe, do povo sergipano, e por
ela, renunciou à urgência do tratamento, sabendo que
abreviava o tempo da vida que lhe restava. Indo ao fundo da sua alma que não lhe era pequena,
Déda foi ao extremo da humildade.
Arquivou todas as malquerenças e saiu a estender as mãos.
Diante da chicana, da mesquinhez,
da seboseira daquela forma egoísta de colocar
política a reboque
exclusivamente dos interesses pessoais, a sociedade sensibilizou-se com a obstinação e o
sacrifício de Déda, e começou a reagir.
Sergipe unanimemente se uniu . Os
autores e líderes da picuinha, da
conspiração contra Sergipe, então recuaram.
A picuinha todavia não cessou, permaneceu nas infindáveis
manobras protelatórias, tendo como palco
a Assembleia, a Casa do Povo, momentaneamente desvirtuada, quando se transforma
em instrumento dos interesses de um
grupo obcecado pela vontade egoísta
de tornar-se dono de Sergipe. Isso, agora, pode retardar ou
inviabilizar recursos para garantir a
construção do Hospital do Câncer, já iniciada na sexta-feira dia 24. O que
acontece ainda na Assembleia desmerece
uma bonita história de vida, da
deputada, em primeiro lugar médica, Angélica Guimarães, que preside o Poder Legislativo.
A conspiração também chegou ao clímax da
insensatez, ao absurdo de ameaçar um investimento de 4 bilhões de reais, que
vai gerar 14 mil empregos. O crime contra Sergipe, diante do qual o senador
Eduardo Amorim cala e consente, sem
duvidas, causará, se consumada a desistência pela Vale do projeto Carnalita, uma dolorosa frustração no governador Jackson Barreto,
todavia, os grandes perdedores serão os
jovens sergipanos .Deles, a ignomínia
agora em andamento retirará uma
promissora perspectiva de futuro.
Um liderado do grupo político-empresarial ao qual fraternalmente o
senador Eduardo Amorim se prende, o
prefeito de Capela, que encontrou
pretexto ridículo para sabotar o
projeto. Sabotar Sergipe.
Não restam duvidas, estamos vivendo
agora a era da molecagem transformada em arma para a prática
de uma malsinada e devastadora política.