domingo, 22 de dezembro de 2013

¨ TODO PODER AO JUDICIÁRIO ¨


¨ TODO PODER AO JUDICIÁRIO ¨

Quando,  em meados de 45, regressaram vitoriosos ao Brasil os combatentes que lutaram na Itália contra o nazi – fascismo, havia a recebê-los e a lhes prestar homenagens, um risonho chefe de Estado que  fugia ao figurino de empáfia dos pavões fardados,  Hitler ou Mussolini, mas, era ainda um ditador , no poder há 15 anos, e que, desde 1937 criara um monstrengo totalitário a que dera o nome de Estado Novo. Então, os generais Dutra e Góis Monteiro, antigos serventuários da ditadura, mandaram dizer  que ele  saísse.

Deposto, mas não decaido, Getúlio Vargas foi conduzido com honras até o seu exílio  voluntário, a querência nos pampas gaúchos de São Borja.  Lá ficaria poucos meses, até voltar, no ano seguinte, ao centro do poder, eleito senador por três estados, tendo preferido representar a sua terra, o Rio Grande do Sul, isso, depois de ter apoiado o general que o sustentara e também  o depusera, para que ele o sucedesse na presidência da República. No interregno entre a queda de Getúlio e a posse de Dutra, os bacharéis da recém  criada UDN, União Democrática Nacional, temerosos com a possibilidade  de uma Junta Militar vir a preencher o vácuo do poder, criaram uma fórmula para a transição: ¨ Todo poder ao Judiciário ¨.

O ministro Jose Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal, tornou-se então presidente interino da República com a missão de tocar, sem atropelos, os negócios de Estado, convocar eleições, fazê-las tranquilas e corretas,   empossar o presidente eleito ,  e assim, dar por concluída a sua tarefa. O cearense Jose Linhares cumpriu a contento  a agenda que lhe coube, mas, tendo  numerosa família, não esqueceu de contemplar a parentela com sinecuras, desde as mais modestas até as muito disputadas, na até então acanhada burocracia federal.

Finda a outra ditadura, aquela que começou em 1964  e terminou em 1985, Sarney, Vice de Tancredo, tornando-se presidente, fez, amparado pelo general Leônidas, (  fiador da sua controversa posse)  o trânsito até a democracia, o Estado Democrático de Direito, consolidado pela Constituinte. Já se vão quase 30 anos desde que o general Figueiredo surpreendido com a morte de Tancredo recusou-se a cumprir o cerimonial e passar a faixa a Sarney, que ele chamava de  ¨canalha traidor ¨. Saindo pelos fundos do Palácio  o último   general -presidente   evitou uma ruidosa vaia.

Agora, quando exumamos a ditadura para encontrar seus vestígios abomináveis em crimes cometidos, seria de bom alvitre uma reflexão sobre o Estado Democrático que imaginamos ter construído, com respeito aos direitos humanos ,  liberdade, e plenas garantias a todos os cidadãos.

A primeira conclusão é que temos falhado, cometido erros crassos, por incompetência, que também pode ser entendida como a tola presunção de que, existindo a prática democrática o sistema se autoregula ,  se realimenta e se autocorrige, apenas com a sequencia de eleições e a  alternância de poder. Dessa forma, um tanto descuidadamente ,  ou talvez temerosos de que agir com firmeza seja interpretado como autoritarismo,  a nossa democracia ficou mais ou menos assim, ao Deus dará. E tanto ficou, que terminamos inertes , impotentes, diante da tragédia da insegurança que afeta  o país. Numa democracia que  zele pela própria denominação,   se poderia,  omissa ou covardemente, aceitar que ocorram 30, 40, 50 mil assassinatos em um ano?

Numa democracia que seja fiel aos seus princípios basilares, seria aceitável permitir que o cidadão se transforme em prisioneiro na sua própria casa, enquanto os bandidos controlam as ruas?  Que não se tenha o direito, muito menos a tranquilidade, de frequentar um estádio de futebol, onde age, até agora sem efetiva repressão, a canalha criminosa das torcidas organizadas ?

 A democracia poderá conviver sem que seja descaracterizada, tendo um Poder Legislativo   que não assume suas prerrogativas e permite que o  Judiciário preencha o vácuo de poder. legislando sem legitimidade para tanto?

No passado, se deu ao judiciário a missão  transitória de comandar o país rumo à democracia, agora, quando se supõe existir a democracia plena,  o Judiciário se intromete, chamado ou não, tentando assumir um papel que definitivamente não lhe cabe, mas, da mesma forma como a natureza opera para que não exista o vácuo, nos negócios humanos, principalmente naqueles relacionados ao Poder, todo espaço não preenchido por quem deveria ocupá-lo, logo é invadido por quem se move, tanto por espírito público, como por ambição, vaidade ou egoísmo,  que, aliás, crescem desmesuradamente, quando existe por perto uma câmera de TV.

COM PARDAIS PARQUÍMETROS E MULTAS NÃO HÁ CANDIDATURA

COM PARDAIS  PARQUÍMETROS

E MULTAS NÃO HÁ CANDIDATURA

No começo do ano que chega Aracaju volta a ter pardais controlando a velocidade dos veículos,

parquímetros nas ruas e praças, guardas multando intensamente. Tudo isso se justifica diante das cifras alarmantes de letalidade no trânsito . O equipamento  existe em quase todas as cidades de porte médio ou grande , mas, em nenhum desses

 locais  a população aceita conviver  de bom grado com essas máquinas  e as multas que elas geram. Quando o ex-prefeito Edvaldo Nogueira decidiu instalar o sistema, os acidentes diminuíram, mas ninguém ligou muito para isso, o que todos reclamavam era da quantidade de multas recebidas, Há quem diga que Edvaldo despencou na avaliação positiva que o aracajuano fazia da sua administração,  em consequência da insatisfação causada pelas multas. Edvaldo retirou os pardais e paquímetros e nunca mais os equipamentos foram recolocados. Entrou João Alves que até se juntara  aos críticos dos pardais e multas. Ao completar um ano de mandato,  anuncia o retorno às ruas  dos pardais e das multas. Sofrendo o  impacto de retração do apoio popular, inevitável nas circunstancias que atravessamos a todos os que assumem responsabilidades públicas, um João Alves candidato estaria mais atento às variáveis políticas, do que a um projeto com a duração de um mandato que tem ainda 3 anos a ser cumprido.  Candidato, transferiria  as ações desgastantes  para seu sucessor, o experimentado político e engenheiro Jose Carlos Machado, nome que ele mantem no elevado patamar dos que lhe merecem credibilidade e confiança. Há outros fortes indícios de que João não estaria disposto, a essa altura da vida a correr riscos, tendo pela frente boas perspectivas de concluir com êxito o seu mandato, e em 2014 manter ou ampliar espaços políticos atuando como fiel da balança eleitoral. Sem reeditar os ímpetos oposicionistas que o levaram a um confronto com Lula, surge agora o João Alves  essencialmente pragmático, que enxerga oportunidades no transito pelo tapete que Marcelo Déda lhe estendeu para que chegasse a presidente Dilma. O fato concreto é que a presidente gostou dele, lhe impressionou bem as ideias de João a respeito do semiárido nordestino, e  caíram aquelas tolas restrições em relação ao DEM, que alguns setores mais renitentemente ideológicos tentam reavivar. João, na Prefeitura de Aracaju,  estabeleceu um elo proveitoso com Brasilia, coisa que não sucedeu no seu ultimo mandato de governador.  Com Jackson Barreto, ex-aliado  decisivo, e ex-adversário contundente, João restabeleceu o diálogo, reforçado pela empatia encontrada tanto da senadora Maria do Carmo como do genro Mendonça Prado.

O PROJETO CARNALITA E O SENADOR CALADINHO


O PROJETO CARNALITA E

O SENADOR CALADINHO

A não ser para falar sobre o que teima em chamar de caos, desastre administrativo, que antes era atribuído a Déda, agora a Jackson, pouco se ouve o senador Amorim abordando temas que efetivamente interessem ao Estado, e não somente aos seus objetivos eleitorais obsessivamente perseguidos.  Nisso, ele corresponde perfeitamente às expectativas do irmão, seu criador e guia político, Edivan Amorim. Houve aquela grande oportunidade perdida no Senado Federal, quando, numa comissão da qual o senador Amorim faz parte, um secretário de minas amazonense fazia uma bem articulada exposição sobre o potencial das jazidas de sais minerais existentes por baixo da imensa floresta que recobre o estado. O problema era colocado como se não houvesse no Brasil uma mina de potássio localizada em Sergipe, e não houvesse também em Sergipe e pronto para ser iniciado o Projeto Carnalita,  que em 3 anos poderá ampliar consideravelmente a oferta de potássio,  unicamente suprida pela mina sergipana de Taquarí- Vassouras com a exploração da silvinita.  Calado, perdeu o senador Amorim a oportunidade de fazer a defesa imediata do nosso projeto, que em nada conflita com o amazonense, porque o país importa  a maior parte do potássio que consome. Os marqueteiros, seguindo a estratégia de que quanto pior para Sergipe será melhor para a candidatura dos Amorim, orientariam o senador a não tocar em nada  que possa ser traduzido como positivo para Sergipe.  Tudo para que  não se ponha camarão na empada do governador Jackson Barreto. A  mesquinha estratégia, como se vê agora, não está produzindo bons resultados, e a tentativa de desqualificar Jackson como administrador se mostrou até desastrada, em face do ritmo  de trabalho, da capacidade de articulação e de gestão que o ex-prefeito de Aracaju demonstra, desde a interinidade,  e mais ainda, agora, como governador efetivo em face da tragédia que foi a morte de Marcelo Déda. A avaliação positiva de Jackson cresce, e em face disso, restaria aos Amorim intensificar a campanha de negativismo, e demolição da autoestima dos sergipanos .

Agora, surge um problema criado pelo prefeito de Capela, homem merecendo absoluta confiança de Edivan Amorim,  que o ajudou a eleger-se, e a confiança é tanta que indicou representantes seus para os principais cargos da prefeitura, procedimento aliás repetido em todas as prefeituras que conquistou. A palavra conquista aqui é a mais apropriada.  Ezequiel Leite, o prefeito, aciona a empresa Vale na Justiça. Contesta a decisão da mineradora em instalar  no municipio de Japaratuba a sede do Projeto Carnalita. Trata-se de decisão técnica adotada pela hoje segunda ou terceira maior mineradora do mundo, e revertê-la, seria criar problemas que, no mínimo, atrasariam, ou até, na pior das hipóteses, inviabilizariam o projeto que prevê investimentos chegando aos  4 bilhões de dólares. Algo  portentoso e raro até mesmo para São Paulo, quanto mais para o pobretão Sergipe.

   Hélio Sobral, prefeito de Japaratuba, já  sugeriu a Ezequiel Leite várias alternativas para que o problema seja resolvido amigavelmente , inclusive com a repartição meio a meio dos impostos gerados pela exploração da carnalita. Mas o prefeito de Capela permanece irredutível.

Sergipe está sendo prejudicado em consequência dessa teimosia injustificável do prefeito capelense, mas isso não parece sensibilizar o senador Amorim, que permanece calado, caladinho, sempre obediente às determinações do seu irmão e líder Edivan Amorim, que confia cegamente na estratégia de  prejudicar  Sergipe , desde que isso possa resultar em possíveis desgastes para Jackson Barreto.

Mas o feitiço  está virando contra o feiticeiro, como as pesquisas já demonstram.

O MUNDO HIPÓCRITA OU MUDADO ?

O MUNDO HIPÓCRITA OU MUDADO ?

A maior parte dos líderes  na África do Sul  homenageando Nelson Mandela, era proveniente de países que apoiaram ou se tornaram omissos diante do apartheid, a segregação que mantinha  a elite branca no poder,  auferindo os benefícios de um país rico, enquanto  a grande maioria negra era oprimida. Mandela passou 27 anos na cadeia diante do silencio quase total do mundo, inclusive dos Estados Unidos, que tem hoje um presidente negro, mas onde negro não entrava pela porta onde passava branco. Mandela é o referencial luminoso da capacidade política para dirimir conflitos e transformar ódio em colaboração e identidade de propósitos. Mudou o mundo ou a hipocrisia é imensa ?

O NATAL CHINÊS A SULANCA E O CAMARÃO

  O NATAL CHINÊS  A SULANCA E O CAMARÃO

Neste natal, mais uma vez, as luzes que iluminam as ruas , toda a decoração,  grande parte dos presentes distribuídos, tudo coisa de baixo custo e péssima qualidade, é proveniente da China. O nosso natal é chinês, embora por lá nem se saiba o que vem a ser Natal, ou quem foi esse Cristo que teria nascido naquela data. Mas o chinês sabe uma coisa: Ganhar dinheiro, e assim ele invade o mundo. Ganha da pior forma possível, pirateando, driblando todas as regras civilizadas da concorrência, usando mão de obra semiescrava, e avança a onda ou tsunami amarelo. Por aqui pelo nordeste já haviam descoberto no item confecções, uma forma de até se antecipar aos chineses reduzindo preços:  a Sulanca,  feiras  de produtos resultantes de uma cadeia produtiva montada inteligentemente  para reduzir custos e  livrar-se do peso insuportável da formalidade completa. O fenômeno não é só nordestino, ele se repete em vários pontos de Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná, e tantos outros, onde a comunidade se dedicou a alguma forma de produção e soube afastar a lixaria chinesa. No almoço onde reuniu lideranças políticas como o governador Jackson Barreto, os ex-governadores Albano Franco, João Alves e uma boa parte do PIB sergipano, o presidente da FIES, Eduardo Prado, externava a sua preocupação com a ameaça dos produtos chineses à indústria nacional.

O problema   tanto está na carga tributária, no custo Brasil, como na insensibilidade de certos setores, como os órgãos do meio ambiente o Ministério Público que optam pela saída mais fácil, que é proibir, como fez agora a Justiça Federal em relação a um ponto dos mais atrativos do turismo sergipano, a Croa do Goré. Melhor do que proibir, seria traçar um roteiro de procedimentos ecológicos.  Agindo da mesma forma,  quase acabaram definitivamente com o cultivo do camarão, e agora  chega camarão da China, peixe da mesma procedência, inclusive um, de gosto horroroso, a Polaca do Alasca, que nem é polonês, muito menos procedente daquela parte dos Estados Unidos nas geleiras do círculo polar ártico.

 O deputado João Daniel , líder do MST,  atento a tudo que represente o interesse da comunidade,  quer reorganizar o setor produtivo do camarão em cativeiro. Ele pretende estabelecer uma linha de entendimento entre os produtores e os órgãos que cuidam do meio ambiente, para que se descubram formas ecológicas de assegurar o cultivo do camarão, da mesma maneira como  ocorre em outros estados. O Rio Grande do Norte,   exporta camarão para o mundo, concorrendo em pé de igualdade com os chineses, com a vantagem de terem os crustáceos potiguares  gosto saboroso, enquanto os chineses se assemelham a sebo de vela.

O NATAL CHINÊS A SULANCA E O CAMARÃO


  O NATAL CHINÊS  A SULANCA E O CAMARÃO

Neste natal, mais uma vez, as luzes que iluminam as ruas , toda a decoração,  grande parte dos presentes distribuídos, tudo coisa de baixo custo e péssima qualidade, é proveniente da China. O nosso natal é chinês, embora por lá nem se saiba o que vem a ser Natal, ou quem foi esse Cristo que teria nascido naquela data. Mas o chinês sabe uma coisa: Ganhar dinheiro, e assim ele invade o mundo. Ganha da pior forma possível, pirateando, driblando todas as regras civilizadas da concorrência, usando mão de obra semiescrava, e avança a onda ou tsunami amarelo. Por aqui pelo nordeste já haviam descoberto no item confecções, uma forma de até se antecipar aos chineses reduzindo preços:  a Sulanca,  feiras  de produtos resultantes de uma cadeia produtiva montada inteligentemente  para reduzir custos e  livrar-se do peso insuportável da formalidade completa. O fenômeno não é só nordestino, ele se repete em vários pontos de Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná, e tantos outros, onde a comunidade se dedicou a alguma forma de produção e soube afastar a lixaria chinesa. No almoço onde reuniu lideranças políticas como o governador Jackson Barreto, os ex-governadores Albano Franco, João Alves e uma boa parte do PIB sergipano, o presidente da FIES, Eduardo Prado, externava a sua preocupação com a ameaça dos produtos chineses à indústria nacional.

O problema   tanto está na carga tributária, no custo Brasil, como na insensibilidade de certos setores, como os órgãos do meio ambiente o Ministério Público que optam pela saída mais fácil, que é proibir, como fez agora a Justiça Federal em relação a um ponto dos mais atrativos do turismo sergipano, a Croa do Goré. Melhor do que proibir, seria traçar um roteiro de procedimentos ecológicos.  Agindo da mesma forma,  quase acabaram definitivamente com o cultivo do camarão, e agora  chega camarão da China, peixe da mesma procedência, inclusive um, de gosto horroroso, a Polaca do Alasca, que nem é polonês, muito menos procedente daquela parte dos Estados Unidos nas geleiras do círculo polar ártico.

 O deputado João Daniel , líder do MST,  atento a tudo que represente o interesse da comunidade,  quer reorganizar o setor produtivo do camarão em cativeiro. Ele pretende estabelecer uma linha de entendimento entre os produtores e os órgãos que cuidam do meio ambiente, para que se descubram formas ecológicas de assegurar o cultivo do camarão, da mesma maneira como  ocorre em outros estados. O Rio Grande do Norte,   exporta camarão para o mundo, concorrendo em pé de igualdade com os chineses, com a vantagem de terem os crustáceos potiguares  gosto saboroso, enquanto os chineses se assemelham a sebo de vela.

AS PERFURATRIZES E O SORRISO

AS PERFURATRIZES E O SORRISO

Ao entregar a primeira das 3 perfuratrizes que irão  fazer poços, principalmente no semiárido, o governador Jackson Barreto disse que  quando a água  sair dos canos iremos enxergar aquele sorriso que Marcelo Déda disse , seria a melhor forma da sua lembrança.

Jackson lembrou a luta de Déda para conseguir as máquinas do governo federal, a participação decisiva do senador Valadares, e elogiou a equipe da COHIDRO comandada pelo ex-deputado Mardoqueu Boldano. A máquina que custa mais de 3 milhões  estará em operação já esta semana.

O GINASIO E O NOME

O GINASIO E O NOME

Há em  Indiaroba um ginásio municipal de esportes denominado deputado Jorge Araújo. Está em péssimas condições, quase  desmoronando. Na inauguração de uma estrada  Déda recebeu de um grupo de jovens o pedido para que fosse feita a recuperação  do prédio.

 Ouviu e prometeu analisar o pedido. Meses depois, no elevador do palácio ao lado de Jorge Araujo e Valmor Barbosa, Déda virou-se para o Secretário da Infraestrutura e disse: ¨Valmor mande fazer a licitação para recuperar o ginásio de esportes de Indiaroba, vamos atender  um pedido que me foi feito e deixar o nome de Jorge aparecendo numa coisa bem cuidada.¨

Quinta-feira passada Jackson assinou a ordem de serviço, Jorge estava junto e lembrava como tudo começara.

OS ARTIGOS SOBRE MARCELO DÉDA E A SÉRIE NOTICIAS DE MANGUE SECO VOLTAM A SER PUBLICADOS EM JANEIRO )

OS ARTIGOS SOBRE MARCELO DÉDA E A SÉRIE NOTICIAS DE MANGUE SECO VOLTAM A SER PUBLICADOS EM JANEIRO )

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

MARCELO DÉDA, OU A NOBREZA DA POLÍTICA ( 2 ) OS DOIS TRIBUNOS



MARCELO DÉDA, OU A NOBREZA DA POLÍTICA ( 2 )
OS DOIS TRIBUNOS
De homens se fazem biografias. Hagiografias são reservadas aos santos.
Mergulhados no mundo real, homens transitam entre virtudes e defeitos, essa, é a vida comum das pessoas. No caso das pessoas incomuns, ainda mais quando são personalidades do cenário político, defeitos sempre afloram mais do que virtudes. Marcelo Déda foi pessoa incomum, uma dessas personalidades que fogem ao trivial , se destacam, impõem-se pela presença rodeada de carisma, fascinam pela inteligência, a erudição , a forma precisa e convincente como se expressam. No século das luzes, em qualquer salão parisiense, ele seria um daqueles precursores da modernidade, dotados de magnetismo pessoal, logo alçados ao pedestal das celebridades , imprescindíveis, onde se discutissem ideias, onde se imaginasse uma sociedade menos imperfeita.
Aqueles que no futuro se interessarem pela vida de um político sergipano chamado Marcelo Déda, certamente ficarão entusiasmados com o que irão descobrindo. Constatarão, de saída, que ele foi a estrela do seu tempo, e se sentirão desafiados para a aventura intelectual que será biografar personalidade tão fascinante.
Estamos ainda no calor da hora, as cinzas do homem nem sequer esfriaram.
Avaliações, ou, mais ainda, julgamentos sobre personalidades públicas, contraditoriamente, requerem mais a lembrança do que o testemunho vivo da presença. É preciso tempo para que a emoção se dissolva. No caso de Déda, a comoção da morte, assim, de forma tão abrupta aos 53 anos, e após longo padecimento, se faz mais forte, e o derramar de lágrimas, num raro sentimento coletivo de perda, confunde-se também com piedade, sem duvidas, gesto nobre, mas, ultrapassada a circunstancia, a piedade se desfaz e a imagem exata começa a cristalizar-se. No momento, tudo o que se disser terá um laivo inevitável daquele tom de hagiografia.
Único governador de Sergipe na fase republicana a falecer no exercício do mandato, Déda aproxima-se da tragédia de Fausto Cardoso. Ambos , excepcionais tribunos. De Fausto, apenas imagina-se o que foi a sua eloquência. Dos fulgurantes improvisos dele, são conhecidos somente os pronunciados na Câmara Federal, que eram taquigrafados. Aqueles, nas ruas, praças e salões da pequenina cidade, que era, no começo do século passado a capital de Sergipe, ficaram na memoria dos que os ouviram. E a fama do tribuno foi passando de geração a geração. Déda deixa discursos, imagens, suas incursões nas redes sociais, reproduzidos, gravados, na parafernália imensa das multimídias. A imagem e a voz ficam para o futuro.
Homens de épocas diferentes, Déda e Fausto tinham em comum o inconformismo, a rebeldia e o sonho, a vontade de fazer, de transformar estruturas sociais. Políticos, eram também intelectuais e poetas, e sobretudo tribunos. Fausto desafiou os fuzis da opressão e caiu ferido em praça pública. A Velha República prosseguiu com suas mazelas, suas práticas anacrônicas que afrontavam a lucidez, e o grito de Fausto materializou-se, poeticamente, nas rosas vermelhas que os sergipanos começaram a cultivar em seus jardins, e que mulheres e homens exibiam orgulhosa e desafiadoramente ao peito. Eram as rosas Fausto Cardoso.
Fausto sacrificou-se por Sergipe e pelas suas ideias.
Marcelo Déda, de certa forma também, com o heroísmo no exemplo de luta contra o câncer.
No exemplo ainda, de sacrifício do tempo que lhe restava, quando, desprezando o mando dos médicos, reassumiu o governo, cônscio de que caberia a ele a última batalha , aquela maratona derradeira na qual ainda mais se exauriu. Era a busca de um martirizado consenso para que fosse aprovado o PROINVESTE, recursos que carreiristas da má política, presos à mesquinhez do imediatismo eleitoreiro queriam negar a Sergipe. Déda sabia, ele mesmo não teria tempo de aplicá-los, mas, esses recursos seriam fundamentais para o futuro de Sergipe.
Um instigante roteiro a ser seguido pelos biógrafos, seria enfocar similitudes entre Déda e Fausto, na busca do retrato mais expressivo dos dois homens, das suas circunstancias e do tempo em que viveram.
Socorrido no instante final, levaram a Fausto um copo d`água, e ele, épico, o sorveu dizendo: ¨Bebo a alma de Sergipe¨.
Déda, despedindo-se, pediu que as suas cinzas viessem adubar a terra sergipana.
Os tribunos tinham mesmo algo em comum.

NOTÍCIAS DE MANGUE SECO ( 4 )



NOTÍCIAS DE MANGUE SECO ( 4 )
O que existe diferente em Mangue Seco para torná-lo assim, tão virtuosamente, um povoado sem crimes, sem violências, local onde é impensável que ocorra um roubo, um furto, por mais insignificante que seja? Uma comunidade, baiana, nordestina, brasileira, que configuraria aquele ideal de honestidade e correção que os primeiros turistas sergipanos chegados à Europa nos anos 50, como dissemos aqui no capitulo inicial desta série, teriam encontrado na Suiça, onde as pessoas pegavam seus jornais nas bancas e deixavam a quantia correspondente em dinheiro, sem a presença vigilante de um vendedor. Esse comportamento, os viajantes ao regressarem apontavam como algo que jamais poderia existir no Brasil, país por eles pejorativamente definido como ¨terra de ladrões ¨. O que teria então ocorrido em Mangue Seco para ter uma população pobre, simples, sem maior ilustração intelectual, todavia praticando uma forma de vida sintonizada com princípios éticos sonhados por filósofos que se debruçaram sobre as questões básicas da convivência humana? Qual o fenômeno, qual a razão social ou antropológica que explicaria a existência desse bendito gueto de civilidade e de bem viver, num país que desgraçadamente se torna recordista em violência, em desrespeito à vida humana ?
Uma primeira possível explicação seriam os laços que se estabelecem entre pessoas que se identificam como se fossem integrantes de uma família mais numerosa. Como vimos, Mangue Seco, tem reduzida população, entre 260 a 300 habitantes. Uma outra, seria a ausência da competição selvagem que existe nos grandes centros, o que faz as pessoas se encararem como adversárias que devem ser vencidas, suplantadas, subjugadas. O isolamento seria argumento frágil, porque não há mais comunidades herméticas, sem contato com o mundo. Depois da globalização da imagem, da instantaneidade do fato, e da sua visualização, do celular,, das redes sociais, do tablet, etc.
Em Mangue Seco chegam a todo instante as noticias da violência e do crime, registrados até bem perto, na própria sede do município, Jandaíra.
A explicação poderia começar a ser construída pela escola, pela vida da professora Raimunda Aguiar, hoje aposentada, depois de 36 anos educando, e fazendo com que nenhuma criança ficasse fora da sala de aula?
Ou, na igrejinha modesta, onde as pessoas se reúnem quase diariamente e um padre vem duas vezes por mês, para falar em Deus e também exaltar as melhores formas de viver ?
Mangue Seco passará neste verão pela prova crucial, que será o contato cada vez maior com as pessoas, turistas, que irão chegar pela estrada que o prefeito Roberto Leite está abrindo até a Costa Azul, e dali, sem necessidade de tração nas 4 rodas se poderá chegar até a BR – 101. Assim, Mangue Seco escancara-se para o mundo. O prefeito também amplia os pontos de atracação das lanchas que chegam de Porto do Cavalo, do Saco, do Pontal, da Terra Caída. A ponte Gilberto Amado facilita o acesso e as levas de turistas estão ficando cada vez mais numerosas.
O povoado já convive há muito tempo com o turismo, dele tira o sustento, mas, até agora, tem sido um turismo de quem chega pelo rio, vem com olhos que querem contemplar natureza. São turistas que gostam de pisar no chão de areia, andar sobre as dunas, contemplar o por do sol. Agora, chegarão multidões em ônibus, caminhões, gente que vem com aqueles trovejantes equipamentos de som .
O teste será a convivência direta da pacata e fraterna comunidade de Mangue Seco com o mundo, sabendo tirar proveito disso, e sem se deixar contaminar pelo que de pior aqueles visitantes de hábitos tão diferentes irão trazer. ( Continua no próximo domingo )

OS TRAFICANTES AFUNDARAM O BARCO E A JUSTIÇA QUASE NAUFRAGA



OS TRAFICANTES AFUNDARAM O BARCO E A JUSTIÇA QUASE NAUFRAGA
No dia 22 de julho de 12 publicávamos com o titulo acima, matéria um tanto indignada com a libertação de dois traficantes italianos que naufragaram na Atalaia em um barco levando quase 310 quilos de cocaína. Saíram risonhos da cadeia. Os procuradores federais Eduardo Pallela e Rômulo Almeida solicitaram a revogação da medida de soltura, mas a Justiça confirmou-a, e o casal do pó viajou para a Italia. Agora , tardiamente sem duvidas, o Tribunal Regional Federal em Recife condenou os dois traficantes a 20 anos de cadeia. A condenação nunca será cumprida, sendo italianos, eles jamais serão extraditados. Resta a dolorosa impressão de que no Brasil, por obra e graça da Justiça frouxa que temos, o crime realmente compensa.
Abaixo, alguns trechos do artigo publicado na época da libertação dos impunes bandidos.
¨Os velejadores, traficantes e certamente mafiosos, Davide Migani e Giorgia Pierguidi saíram do presídio onde estavam desde o final do ano passado. Felizes, lépidos e fagueiros, riam muito, e o riso era zombeteiro , afinal, estavam a comemorar uma liberdade que não conseguiriam em nenhum outro país civilizado do mundo. Felizmente para os italianos a prisão aconteceu no Brasil, numa praia sergipana. Na Indonésia, um brasileiro preso transportando alguns quilinhos de cocaína deverá ser fuzilado nos próximos dias. O casal levava no veleiro uma volumosa carga de 310 quilos de cocaína.
O depoimento dos dois é uma sucessão de contradições e invencionices.
Nenhum skipper ( comandante ) tendo, como o italiano, a experiência de várias viagens internacionais já realizadas, aceitaria conduzir um barco que levava uma vistosa carga de dezenas de pacotes, sem ter a preocupação ou a curiosidade de saber o que neles estava contido. O comandante é o responsável pela carga e pelas pessoas que transporta. Da carga, tem de exigir que seja declarada , dos passageiros, os indispensáveis documentos. O interior de um veleiro monocasco, como era o caso do que tripulavam, é espaço apertado. Tudo o que está dentro tem que ser firmemente preso, porque o barco navega com grande inclinação lateral, e sacoleja forte sobre as ondas.
O dono do veleiro, era um misterioso personagem que Giorgia , a namorada de Davide , disse em seu depoimento conhecer apenas vagamente, sabendo que ele se chama Enrico. Ao largo de Aracaju, o comandante, segundo Giorgia, descobriu que havia cocaína a bordo, alarmado, tentou afundar o barco, e ela saltou ao mar nadando até a praia em busca de socorro. Quem esteve no local do quase naufrágio , pôde constatar que não houve nada disso. Um erro de navegação ou as correntes fortes do estuário do Sergipe , fizeram o veleiro embicar pelas águas rasas, chegando a encalhar na praia, onde a forte arrebentação impediu os dois tripulantes de se desfazerem da carga.
Quem navega pelo mundo não pode ter a ingenuidade de supor que um desconhecido lhes confiaria um barco com uma volumosa carga, valendo 15 milhões de dólares, para ser transportada de Salvador ao Caribe. ¨

O PREFEITO COBRADOR DE DEFUNTOS



O PREFEITO COBRADOR DE DEFUNTOS
Chegou, por volta das 16 horas, um corpo para ser sepultado no cemitério municipal de Capela. Um homem adulto. Pela nova taxa-defunto, o de cujus, ou melhor, a família dele, teria de exibir o boleto devidamente quitado: 160 reais, é quanto paga morto adulto para se enterrar. Criança, pela lógica fúnebre do funéreo prefeito, paga taxa menor. A família do homem morto não teve dinheiro para pagar. Ficou-se a esperar para que se desse ao morto o descanso final. E nada de se conseguir o dinheiro. Na prefeitura, tentaram chamar o IML para levar o corpo, mas o homem morrera de causa natural, o IML se fazia desnecessário. Um vereador que até votara a favor da taxa-defunto, resolveu pagar do seu bolso o sepultamento. Já passava de uma da madrugada quando finalmente o corpo recebeu a ultima pá de terra.
O prefeito Ezequiel Leite inventou ainda a taxa do lixo, de 15 reais. Formou-se uma enorme confusão. A casa que não tiver quitada a taxa o lixeiro não recolhe, quem não paga, coloca o lixo na frente da casa de quem pagou, ou deixa o lixo acumulando, e assim, todos, pagando ou não pagando, sofrem com a fedentina.
O prefeito explica a sua mortal taxação, dizendo de forma contundente, simplória e fatalista: ¨Duas certezas o cidadão tem quando nasce: Uma, que morre, e a outra que vai pagar imposto ¨.
Agora, ficou pior: Em Capela se paga imposto depois de morto.